ORAÇÃO
E DIFICULDADE
Emmanuel
Diariamente,
milhares de criaturas partem da Terra.
Quase
sempre, reconfortadas pelo bálsamo da fé consoladora que abraçaram na vida
humana, devencilham-se da teia fisiológica, sustentadas por sublime esperança.
A
maioria, no entanto, não desfruta de improviso os talentos da paz que desejaria
surpreender além do sepulcro, porque a percentagem de Céu para cada alma
expressa a quantidade de Céu que haja edificado em si mesma.
É
que, na maioria das circunstâncias, os desencarnados carreiam consigo as nuvens
de trevas que lhes pesam na consciência.
Sombras
de remorso, de frustração, de arrependimento tardio, gerando o plano
purgatorial em que estagiam penosamente.
Desolados
e aflitos, suplicam a graça do recomeço, o regresso ao campo do mundo, o
retorno à lição no corpo...
Responsáveis,
muitas vezes, por crimes ocultos, imploram a reaproximação com antigos
adversários para ressarcirem o débito a que ainda se empenham; empreiteiros da
calúnia e da crueldade rogam moléstias soezes, com que resgatam a deplorável
conduta em que se desvairaram na delinquência...
Por
isso mesmo, todos os dias aparecem berços de sofrimento e de provação, em que
os culpados de ontem, hoje possuem o ensejo valioso de purificar e reaprender.
Não
há, desse modo, dificuldades inúteis, como não existem chagas e dores sem a
significação que lhes corresponda.
Todos
os nossos sentimentos plasmam idéias.
Todas
as nossas idéias estabelecem atos e fatos que nos definem o espírito na senda
cotidiana.
Arquitetos
do próprio destino, recolhemos nas leiras do espaço e do tempo, a alegria ou a
flagelação, a felicidade ou o infortúnio, conforme o nosso plantio de mal ou
bem.
Estejamos
em guarda contra o império de névoa mental que trazemos em nós, abençoados os
obstáculos que nos impelem à justa libertação e não nos esqueçamos de que a
prece, em qualquer roteiro religioso, se não pode retirar-nos do clima sombrio
por nós mesmos criado, será sempre Divina Luz revelando-nos o caminho.
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