Amar a Nós Mesmos
Amar a nós
mesmos não é consagrarmos a vida à exaltação absoluta do corpo de carne que o
homem serve de veículo provisório na luta redentora da Terra.
Certo, tanto
quanto devemos atenção e assistência a qualquer máquina útil, não podemos
relaxar no cuidado que nos merece a vestimenta física, entretanto, não nos cabe
centralizar todos os objetivos da existência naquilo que, no fundo, seria a
preservação da animalidade.
Amarmo-nos,
então, será atendermos ao justo imperativo de nossa habilitação espiritual para
a vida eterna.
Nesse sentido,
é indispensável aproveitarmos o concurso valioso e eficiente da dor e da luta,
do trabalho e do sacrifício, na aquisição de nossas melhores experiências para
os círculos mais altos.
A pedra que
fugisse ao buril e o vaso que se desviasse do clima asfixiante do forno jamais
seriam arrancados do primitivismo agreste aos espetáculos da beleza e da
utilidade.
Claro,
portanto, que se realmente amamos a nós mesmos, não podemos perder a nossa
oportunidade de elevação, através das provas e dos sofrimentos que o estágio
curto na Terra nos oferece.
Renúncia é
sublimação.
Obstáculo é
auxílio.
Trabalho é
posse de competência.
Disciplina é
sementeira de altos valores espontâneos.
Obediência ao bem
é construção do progresso comum.
Escravidão aos
deveres da reta consciência é acesso à Vida Superior.
Silêncio é
porta para a humildade.
Serviço de
hoje aos semelhantes é influência divina amanhã.
Dificuldades
bem superadas são bênçãos.
Se buscarmos,
desse modo, amar a nós mesmos, saibamos desprezar o contentamento efêmero de
algumas horas na carne escura e frágil, valorizando o nosso ensejo de aprender
e crescer, com os entraves e sombras, com as dores e aflições do caminho
terrestre, porque, purificando a nós mesmos, no sacrifício pelo bem dos outros,
mais cedo alcançaremos a áurea da imperecível felicidade.
CONSTRUÇÃO
DO AMOR
FRANCISCO
CÂNDIDO XAVIER
EMMANUEL
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