quarta-feira, 12 de abril de 2017


Ante o Calvário
Da terra do Calvário ardente e adusta,
Entre prantos
pungentes, o Cordeiro
Da Verdade e da Luz do mundo inteiro
Vive o martírio de sua
alma augusta.

Sobre a cruz infamérrina se ajusta
A
crueldade do espírito rasteiro
Do
homem, que é sempre o tigre carniceiro,
Enquanto grita a turba ignara e injusta.

Depois de vinte séculos
ingratos,
Multiplicando Herodes e Pilatos,
Correm de novo as lágrimas divinas;

Pois, embora o Direito, o Livro e a Toga,
A Humanidade triste inda se afoga
No sangue escuro das carnificinas.
Augusto dos Anjos

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