NAS VIBRAÇÕES DO ORGULHO
“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será
humilhado, e aquele que a si mesmo
se humilhar será exaltado.” (Lucas, 14:11.)
Maria Emília sempre
foi uma servidora dedicada da Casa Espírita. Com grande habilidade para organizar
eventos e administrar recursos, ela foi se destacando como uma notável líder.
Em poucos anos, a colaboradora fiel se tornou presidente do Centro
e, logo no início de sua gestão, já se percebia melhorias em alguns setores, especialmente
na instituição que acolhia moradores de rua da comunidade. O prédio foi reformado
e os atendidos puderam ter acesso a serviços médicos, refeição de qualidade, assim
como mais conforto nas dependências da instituição.
O trabalho de Maria Emília perante a instituição, sem dúvida, é
digno de mérito e beneficia centenas de pessoas. Mas, paralelo à sua brilhante
atuação na senda do bem, os confrades mais próximos começaram a perceber nela
traços de intolerância.
Ocorrências infelizes em determinados eventos se tornaram mais
frequentes: uma palavra ríspida aqui, a postura arrogante acolá, além do triste
hábito de valorizar as fofocas e justificar suas decisões e atos como sendo
instruções espirituais.
A conduta autoritária que a líder espírita passou a exibir é um
exemplo claro da vaidade e do orgulho, ainda muito presentes nas casas
espíritas. O médium vaidoso trabalha nas vibrações do ego e, não raro, é assediado
por entidades enfermiças, puramente interessadas em colocar a perder as tarefas
e a união de todo o grupo.
O orgulhoso não aceita críticas, despreza o valor alheio e
tiraniza a si próprio nos meandros da culpa, já que possui crenças baseadas no
perfeccionismo que o oprime. Tornando-se arrogante, ele afasta as pessoas, pois
em sua ilusão se crê autossuficiente e só consegue ouvir aquilo que lhe convém.
O livro dos médiuns alerta: Todas as
imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus
Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque
é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns
[...].¹
E o Evangelho², a seu turno, cita
o princípio da reencarnação como fator aniquilante do orgulho e da vaidade,
pois, aquele que ocupa elevada posição em uma existência, na outra poderá se
curvar à condição mais humilhante.
Dessa forma, é imperioso que priorizemos o trabalho na Casa
Espírita. Repudiemos as interferências do egoísmo e do orgulho, para que a
palavra dos Espíritos Superiores nos chegue pura, isenta de qualquer alteração.
Adriana
Brumer Lourencini
1 KARDEC, Allan. O
livro dos médiuns.
Trad. Guillon Ribeiro. 81. ed. 4. imp.
(Edição Histórica.) Brasília: FEB,
2015. cap. 20, it. 228.
2
____. O evangelho segundo o Espiritismo.
Trad. Guillon Ribeiro. 131.
ed. 6. imp. (Edição Histórica.) Brasília:
FEB, 2015. cap. 7, it. 6, 11 e 12.
Fonte:
B r a s i l E s p í r i t a | Junho 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário