Música para Chico
Xavier
“... Creio sinceramente que, em nosso Plano, jamais houve uma
recepção semelhante a um espírito que tivesse deixado o corpo, após finda a
sua tarefa no
mundo; com exceção do Cristo e de um ou outro luminar da
Espiritualidade, ninguém houvera feito jus ao aparato espiritual que se organizara
em torno do
desenlace de Chico Xavier.” 137
Assim se expressou o benfeitor Dr. Inácio Ferreira que,
acompanhado de Dr. Odilon Fernandes, Lilito Chaves, Paulino Garcia e outros trabalhadores da
Espiritualidade
Maior, estiveram presentes ao cortejo espiritual que contou com
milhares de espíritos
encarnados e desencarnados, durante a recepção de Chico na vida
além da vida.
Ao manusearmos a referida obra, podemos relembrar, com saudade e
carinho, a grandeza espiritual deste magnânimo espírito que, como nos diz Dr.
Inácio, foi conduzido
imediatamente a
Páramos Superiores, elevado a Dimensões que não
podemos sequer conceber. Certamente para o justo aconchego aos corações
amados que o aguardavam
após finda a missão incoercível e incomparável. Em momento
oportuno retornará para continuar sua orientação aos nossos aflitos
corações já saudosos.
Neste instante extraordinário fez-se presente a música, como
podemos observar na fala de Inácio:
“Os pensamentos de gratidão e as preces que lhe eram endereçadas
formavam um halo de luz protetor que tudo iluminava num raio de cinco
quilômetros; porém
essa luz amarelo-brilhante contrastava com a faixa de luz azulínea
que se perdia entre as estrelas no firmamento. A cena era grandiosa
demais para ser
descrita e desafiaria a inspiração do mais exímio gênio da pintura
que tentasse retratá-la. Uma música suave, cujos acordes eu desconhecia, ecoava
entre nós,
sem que pudéssemos identificar de onde provinha, como se invisível
coral de vozes infantis, volitando no espaço, tivesse sido treinado para
aquela hora.” (p.
49).
Ainda na narrativa da abençoada obra sobre a recepção do nosso
“Chico”, Dr. Inácio, após reproduzir os discursos de Léon Denis e de Veneranda, esta
que se fazia
acompanhar de Bezerra de Menezes, Emmanuel, Eurípedes Barsanulfo e
Celina – a excelsa mensageira de Maria de Nazaré - comenta:
“O silêncio reinante era de tal ordem que, aos nossos ouvidos, a
voz inarticulada da Natureza nos parecia uma sinfonia; de minha parte,
confesso-lhes que eu
nunca tinha ouvido a música dos astros e nem podia imaginar que o
próprio silêncio tivesse voz. A faixa azulínea que se transformara num arco-íris
ainda se
mostrava mais viva, e todos permanecemos na expectativa do que não
sabíamos
pudesse acontecer.” (p. 68).
Enquanto tais desdobramentos quase intraduzíveis se processavam no
plano espiritual, Dr. Inácio, aguçando os sentidos, quis ver os preparativos para o
cortejo final
no Plano Físico. O ápice do evento se processou em harmonia com o
entoar de singelo cântico à Maria. Assim segue a narrativa:
BACCELLI, Carlos A. Na Próxima Dimensão.
Uberaba: Pedro e Paulo,
2002
Música – um despertar para a felicidade (USEERJ)
“... e, justamente, quando começou a ser entoada a canção “Nossa
Senhora” e os nossos irmãos começaram a movimentar-se, dando início ao
cortejo, uma luz
indescritível, descendo por aquele leque iluminado que ligava a
Terra ao Infinito – a faixa de luz que ali se instalara logo após ter sido armado o
velório no “Grupo
Espírita da Prece” –, uma Luz que, para mim, era muito superior à
luz do
próprio Sol e que me acionava a memória para a lembrança da visão
que Paulo teve do Cristo, às portas de Damasco, repetiu com indefinível
ternura: – “Vinde
a mim, todos que andais em sofrimento e vos achais carregados, e
eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu
julgo é suave
e o meu fardo é leve.” (p. 68).
É intrigante a obra de Baccelli, assim como a figura bem humorada
e segura do Dr. Inácio, juntamente com os curiosos comentários de Dr. Odilon.
Selecionamos com
carinho alguns interessantes excertos. Em alguns episódios
alcança-se nitidamente a precisão e a coesão doutrinária, noutros a polêmica se faz
presente.138
Ao nosso Chico, o cândido amigo, o semeador de luz sobre a Terra,
não poderia faltar, no momento glorioso e derradeiro, a presença da “Música”.
E queremos humildemente
ofertar-lhe o reconhecimento de todos nós encarnados ou não, dos
mais diversos credos, culturas, níveis sociais, ideais... Com a palavra
quase embargada,
externamos nossa gratidão por sua fértil semeadura, pelo extremo
carinho, pelo exemplo vivo! Ao iluminado amigo que veio-nos reavivar e complementar a
mensagem
única da Doutrina dos Espíritos nossas melhores vibrações de amor
e agradecimento.
Devemos citar brevemente
que Dr. Inácio Ferreira, através da mediunidade de Baccelli, alude à questão de ser Chico Xavier a reencarnação de Kardec.
Outros consideráveis nomes
do Espiritismo fazem, no entanto, comentário oposto com a mesma
veemência. Como realmente não nos importa com quem está a razão, tomamos da obra referida
sua parte inquestionável
e em acordo com o senso comum, que trata com todo respeito e
segurança outros aspectos da Doutrina e a figura do nosso Chico. Deixamos as
querelas para que o tempo e o
amadurecimento se encarreguem de esclarecer (se houver
necessidade!).
Música – um despertar para a felicidade (USEERJ)
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