quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019


Ante o Evangelho

Realmente, por séculos sucessivos, temos realizado a transliteração do Evangelho em todos os climas culturais.
Na senda de todos os povos, as Boas Novas de Salvação surgem por florilégio religioso, revelando sentenças inimitáveis pelo seu conteúdo de beleza e sabedoria.
Indubitavelmente, não possuímos na Terra outra forma de plantação primária do conhecimento, que não essa, através da letra que constitui a base da instrução clareando o pensamento.
Contudo não basta nos detenhamos na fraseologia brilhante, no gesto sutil ou nas aparências elogiáveis para demonstrar assimilação do ensinamento transformador.
Cristianismo não é somente a forma da civilização que nos propomos construir com Jesus.
É, acima de tudo, essência dela mesma, com que devemos plasmar o mundo novo em que as relações humanas representem o alicerce do Reino de Deus.
Urge, pois, configurar a revelação não apenas no tesouro verbalístico que nos lastreia as conquistas filosóficas e artísticas de quase dois milênios.
É indispensável que o apelo do Grande Renovador encontre resposta na consciência e no coração, em nossas idéias e em nossos sentimentos, a fim de que a fé se exprima em trabalho incessante na extensão do bem.
Até hoje, a maioria das escolas cristãs tem adorado santos e apóstolos nos altares de pedra, mas, como nunca, necessitamos presentemente dos heróis do cristianismo nos tribunais e nas escolas, nos templos e nos hospitais, nos lares e nas oficinas, nos escritórios e nos campos, nos divertimentos e nas ruas.
Almas valorosas e decididas que disponham a romper com os impedimentos do próprio egoísmo e da própria vaidade, entusiasmadas com a visão do porvir e libertas do pessimismo que negreja, na volúpia da destruição por onde passa...
Considerando, qual aconteceu à mulher sofredora na praça pública, somos passíveis de condenação pela ociosidade com que vimos congelando as nossas melhores oportunidades de serviço.
Todos nos encontramos à face do julgamento, pelo delito de lesa consciência, de vez que temos adulterado a mensagem do Divino Benfeitor de mil modos, em cada romagem no mundo.
Jesus, porém, tolera-nos compassivo e reforma-nos o empréstimo de tempo e de valores novos...
Mas, se é verdade que nenhum de nós está em condições de atirar a primeira pedra no irmão de caminho, cabe-nos a todos ouvir o Mestre Inesquecível em sua amorosa e segura advertência: - “Vai e não peques mais”.
Renovemo-nos oferecendo ao mundo e à vida o que possuamos de melhor, porquanto se a ignorância era a nossa furna de sombra até ontem, pelo conhecimento de agora, podemos avanças para futuro, em companhia de Jesus, desde hoje.

CONSTRUÇÃO DO AMOR

EMMANUEL - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

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