Renascença
da alma
(Versos de carinho e gratidão a um chefe e amigo de outras reencarnações,
que hoje reencontrei, sob o amparo de um manicômio.)
Lembro-te, Soberano, as incursões bizarras...
Ordenas invasões...
Feres, vences, dominas!...
Deixas a estrada em
fogo, os castelos em ruínas,
Agonia e pavor nas terras onde esbarras!...
Tudo a morte levou... Os troféus e algazarras,
As armas, os brasões e as tropas libertinas...
E encontrei-te, hoje, oh rei!... Clamas e desatinas,
Reencarnado no hospício a que, louco, te agarras...
Dói ver-te inerme,
assim, lívido e descomposto
Na laje celular por trono de recosto!...
Mas louva as provações ditoso por sofrê-las!...
Findo o resgate justo, um dia, tempo afora,
Terás de novo um reino e os amigos de outrora,
Nos impérios do amor, para além das estrelas!...
Epiphanio
Leite
Fonte: XAVIER, Francisco C. Poetas redivivos. Diversos
Espíritos. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. 59, p. 89.
Nenhum comentário:
Postar um comentário