segunda-feira, 18 de setembro de 2017



 

Renascença da alma
 
(Versos de carinho e gratidão a um chefe e amigo de outras reencarnações, que hoje reencontrei, sob o amparo de um manicômio.)
 

Lembro-te, Soberano, as incursões bizarras...

Ordenas invasões... Feres, vences, dominas!...

Deixas a estrada em fogo, os castelos em ruínas,

Agonia e pavor nas terras onde esbarras!...

 

Tudo a morte levou... Os troféus e algazarras,

As armas, os brasões e as tropas libertinas...

E encontrei-te, hoje, oh rei!... Clamas e desatinas,

Reencarnado no hospício a que, louco, te agarras...

 

Dói ver-te inerme, assim, lívido e descomposto

Na laje celular por trono de recosto!...

Mas louva as provações ditoso por sofrê-las!...

 

Findo o resgate justo, um dia, tempo afora,

Terás de novo um reino e os amigos de outrora,

Nos impérios do amor, para além das estrelas!...
 
Epiphanio Leite
Fonte: XAVIER, Francisco C. Poetas redivivos. Diversos Espíritos. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994. Cap. 59, p. 89.

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