O
OLHAR DE JESUS
Emmanuel
Recordemos o olhar compreensivo e amoroso
de Jesus, a fim de esquecermos a viciosa preocupação com o argueiro que, por
vezes, aparece no campo visual dos nossos irmãos de experiência.
***
O
Mestre Divino jamais se deteve na faixa escura dos companheiros de caminhada
humana.
***
Em
Bartimeu, o cego de Jericó, não encontra o homem inutilizado pelas trevas, mas
sim o amigo que poderia tornar a ver, restituindo-lhe, desse modo, a
visão que passa, de novo, a enriquecer-lhe a existência.
***
Em
Maria de Magdala, não enxerga a mulher possuída pelos gênios da sombra, mas sim
a irmã sofredora e, por esse motivo, restaura-lhe a dignidade própria, nela
plasmando a beleza espiritual renovada que lhe transmitiria, mais tarde, a
mensagem divina da ressurreição.
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Em
Zacheu, não identifica o expoente da usura ou da apropriação indébita, e sim o
missionário do progresso enganado pelos desvarios da posse e, por essa razão,
devolve-lhe o raciocínio à administração sábia e justa
***
Em Simão Pedro, no dia da negação, não se refere ao cooperador
enfraquecido, mas sim ao aprendiz invigilante, a exigir-lhe compreensão e
carinho, e por isso transforma-o, com o tempo, no baluarte seguro do Evangelho
nascente, operoso e fiel até o martírio e a crucificação.
***
Em
Judas, não surpreende o discípulo ingrato, mas sim o colaborador traído pela
própria ilusão e, embora sabendo-o fascinado pelas honrarias Terrestres,
sacrifica-se, até o fim, aceitando a flagelação e a morte para doar-lhe o amor
e o perdão que se estenderiam pelos séculos, soerguendo os vencidos e
amparando a justiça das nações.
***
Busquemos
algo do olhar de Jesus para nossos olhos e a crítica será definitivamente
banida do mundo de nossas consciência, porque, então teremos atingido o Grande
Entendimento que nos fará discernir em cada companheiro do caminho, ainda mesmo
quando nos mais inquietantes espinheiros do mal, um irmão nosso, necessitado,
antes de tudo, de nosso auxílio e de nossa compaixão.
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