segunda-feira, 14 de novembro de 2016


Fundamentos do Espiritismo

 Emmanuel

 

PERGUNTA – Se a Ciência, a Filosofia e o Evangelho são os fundamentos da Doutrina Espírita, como interpreta-los em sua justa significação?

 

RESPOSTA – Em Espiritismo, a Ciência indaga, a Filosofia conclui e o Evangelho ilumina.

Com a primeira, há movimento de opiniões, com a segunda, temos a variedade dos pontos de vista na matéria interpretativas e, com o terceiro, encontramos a renovação da alma para a Eternidade.

A primeira modifica-se, dia a dia.

A segunda evolui e transforma o seu quadro de conceituação da vida.

O terceiro, porém, é imperecível roteiro de elevação.

A Ciência e a Filosofia são meios, o Evangelho é o fim.

 

No esforço científico e na perquirição filosófica, o homem pode gastar indefinido tempo à procura das causas profundas do destino e do ser.

No Evangelho, porém, o coração e o cérebro despertam para o caminho da própria sublimação. Dentro dele, não há lugar para ilações provisórias. Resplandece a luz em todos os seus ângulos divinos, compelindo a criatura a humanizar-se, a angelizar-se e a santificar-se para a união com o Pai Supremo.

 

Em síntese concentrada, reconhecemos que, se a Ciência e a Filosofia são fundamentos indiscutíveis de nossa Doutrina Consoladora, em torno delas, o espírito costuma vaguear longos séculos, ao redor de concepções puramente humanas, enquanto que, no Evangelho, encontra nossa alma a companhia do Amigo Celestial, com quem é possível alcançar o monte da iluminação para a Vida Infinita, sem escalas através das estações de prova desnecessária, com ruinosa perda de tempo e de energia na Obra do Senhor.

 

 

 

Servir  em  Silêncio

 Agostinho

 

O discípulo do Senhor não é chamado tão somente ao curso verbal.

Aprendizado e aplicação constituem a realização.

Não te prendas, desse modo, à indagação que perde o valor do tempo.

Pensa e age ao padrão de idealismo redentor que abraçaste.

As sementes divinas devem frutificar em nossos próprios caminhos, através do esforço perseverante.

Na fase evolutiva que nos é própria, vemos aqueles que possuem a vida e os que são possuídos por ela.

Os primeiros aproveitam o dia, enriquecendo-se de valores permanentes, no rumo das aquisições eternas.

Os segundos são aproveitados pelas forças que orientam as horas, no jogo das circunstâncias fatais.

 

Uns criam luz e sabedoria.

Outros descansam e sofrem os conflitos da sombra.

Governando com as diretrizes superiores, convertem-se na instrumentalidade dos Celestes Desígnios.

Submetendo-se às causas de ordem inferior, perseguem a ociosidade, ainda mesmo quando o regalo inútil se lhes apresente aos olhos mortais com rotulagem fascinante.

 

Necessário se faz marcharmos, com desassombro e serenidade, dilatando a capacidade receptiva, à frente da Majestade Criadora.

 

O fenômeno nos círculos físicos e espirituais não têm outro objetivo senão acordar a mente para a revelação do Mais Alto.

Provar a divindade em nós - herdeiros da Grandeza Universal – é muito mais que positivar a sobrevivência, além da morte.

Guardar a bondade e o entendimento na direção do Amor Supremo vale mais que o poder de demonstrar a existência dos anjos.

 

O Reino do Senhor começará no indivíduo ou jamais se estabelecerá na Terra, porque Deus visita o homem e educa-o através do próprio homem.

O processo de auto aprimoramento, na sublimação do raciocínio e do sentimento transforma-nos em servos da Lei Soberana e Compassiva, constituindo, em nossa esfera de edificações presentes, o ministério maior.

 

Espiritualizemo-nos, portanto, no caminho da perfeição e prossigamos com Jesus.

Não importa a incompreensão.

Cada criatura vê o horizonte que os próprios olhos podem abranger.

 

Quem ama não discute.

Serve em silêncio, semeia o bem à distância da preocupação de recompensa e segue adiante.

O trabalho cristão é a nossa alavanca renovadora.

Busquemos a Ciência, realizando a santidade.

Os dias escoam-se apressados.

As formas refundem-se, incessantemente.

A  morte que modifica e seleciona, pune e corrige, atinge os próprios mundos.

Detendo o Tesouro do Conhecimento Divino, elevemos nosso coração aos santuários eternos.

 

 

Responsáveis pelas dívidas que criamos no passado, com a falsa aplicação das bênçãos recebidas, somos também candidatos à riqueza imperecível do futuro.

Situados entre os séculos que se foram e os milênios que virão, temos um diamante sublime a lapidar para o Supremo Senhor – nosso próprio coração, que dorme ainda no berço de aspirações primárias, bafejado pelos raios de luz celestes.

 

Aperfeiçoemos o caminho, aperfeiçoando-nos.

Trabalha e auxilia sempre, auxiliando a ti mesmo.

Unamo-nos espiritualmente, em derredor do Cristo.

Gravitemos, felizes, em torno d’Ele.

O sol comunica-se com o verme, a milhões de quilômetros. O Mestre sustentar-nos-á, igualmente, nas profundezas de nossa humildade, abençoando-nos os propósitos de ascensão, com a luz do Seu Inextinguível Amor.

 

Do livro "Doutrina e Aplicação", de Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos

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