Fundamentos
do Espiritismo
Emmanuel
PERGUNTA –
Se a Ciência, a Filosofia e o Evangelho são os fundamentos da Doutrina
Espírita, como interpreta-los em sua justa significação?
RESPOSTA –
Em Espiritismo, a Ciência indaga, a Filosofia conclui e o Evangelho ilumina.
Com a
primeira, há movimento de opiniões, com a segunda, temos a variedade dos pontos
de vista na matéria interpretativas e, com o terceiro, encontramos a renovação
da alma para a Eternidade.
A primeira
modifica-se, dia a dia.
A segunda
evolui e transforma o seu quadro de conceituação da vida.
O terceiro,
porém, é imperecível roteiro de elevação.
A Ciência e
a Filosofia são meios, o Evangelho é o fim.
No esforço
científico e na perquirição filosófica, o homem pode gastar indefinido tempo à
procura das causas profundas do destino e do ser.
No
Evangelho, porém, o coração e o cérebro despertam para o caminho da própria
sublimação. Dentro dele, não há lugar para ilações provisórias. Resplandece a
luz em todos os seus ângulos divinos, compelindo a criatura a humanizar-se, a
angelizar-se e a santificar-se para a união com o Pai Supremo.
Em síntese
concentrada, reconhecemos que, se a Ciência e a Filosofia são fundamentos
indiscutíveis de nossa Doutrina Consoladora, em torno delas, o espírito costuma
vaguear longos séculos, ao redor de concepções puramente humanas, enquanto que,
no Evangelho, encontra nossa alma a companhia do Amigo Celestial, com quem é
possível alcançar o monte da iluminação para a Vida Infinita, sem escalas
através das estações de prova desnecessária, com ruinosa perda de tempo e de
energia na Obra do Senhor.
Servir
em Silêncio
Agostinho
O discípulo
do Senhor não é chamado tão somente ao curso verbal.
Aprendizado
e aplicação constituem a realização.
Não te
prendas, desse modo, à indagação que perde o valor do tempo.
Pensa e age
ao padrão de idealismo redentor que abraçaste.
As sementes
divinas devem frutificar em nossos próprios caminhos, através do esforço
perseverante.
Na fase
evolutiva que nos é própria, vemos aqueles que possuem a vida e os que são
possuídos por ela.
Os primeiros
aproveitam o dia, enriquecendo-se de valores permanentes, no rumo das
aquisições eternas.
Os segundos
são aproveitados pelas forças que orientam as horas, no jogo das circunstâncias
fatais.
Uns criam
luz e sabedoria.
Outros
descansam e sofrem os conflitos da sombra.
Governando
com as diretrizes superiores, convertem-se na instrumentalidade dos Celestes
Desígnios.
Submetendo-se
às causas de ordem inferior, perseguem a ociosidade, ainda mesmo quando o
regalo inútil se lhes apresente aos olhos mortais com rotulagem fascinante.
Necessário
se faz marcharmos, com desassombro e serenidade, dilatando a capacidade
receptiva, à frente da Majestade Criadora.
O fenômeno
nos círculos físicos e espirituais não têm outro objetivo senão acordar a mente
para a revelação do Mais Alto.
Provar a
divindade em nós - herdeiros da Grandeza Universal – é muito mais que positivar
a sobrevivência, além da morte.
Guardar a
bondade e o entendimento na direção do Amor Supremo vale mais que o poder de
demonstrar a existência dos anjos.
O Reino do
Senhor começará no indivíduo ou jamais se estabelecerá na Terra, porque Deus
visita o homem e educa-o através do próprio homem.
O processo
de auto aprimoramento, na sublimação do raciocínio e do sentimento
transforma-nos em servos da Lei Soberana e Compassiva, constituindo, em nossa
esfera de edificações presentes, o ministério maior.
Espiritualizemo-nos,
portanto, no caminho da perfeição e prossigamos com Jesus.
Não importa
a incompreensão.
Cada
criatura vê o horizonte que os próprios olhos podem abranger.
Quem ama não
discute.
Serve em
silêncio, semeia o bem à distância da preocupação de recompensa e segue
adiante.
O trabalho
cristão é a nossa alavanca renovadora.
Busquemos a
Ciência, realizando a santidade.
Os dias
escoam-se apressados.
As formas
refundem-se, incessantemente.
A
morte que modifica e seleciona, pune e corrige, atinge os próprios mundos.
Detendo o Tesouro
do Conhecimento Divino, elevemos nosso coração aos santuários eternos.
Responsáveis
pelas dívidas que criamos no passado, com a falsa aplicação das bênçãos
recebidas, somos também candidatos à riqueza imperecível do futuro.
Situados
entre os séculos que se foram e os milênios que virão, temos um diamante
sublime a lapidar para o Supremo Senhor – nosso próprio coração, que dorme
ainda no berço de aspirações primárias, bafejado pelos raios de luz celestes.
Aperfeiçoemos
o caminho, aperfeiçoando-nos.
Trabalha e
auxilia sempre, auxiliando a ti mesmo.
Unamo-nos
espiritualmente, em derredor do Cristo.
Gravitemos,
felizes, em torno d’Ele.
O sol
comunica-se com o verme, a milhões de quilômetros. O Mestre sustentar-nos-á,
igualmente, nas profundezas de nossa humildade, abençoando-nos os propósitos de
ascensão, com a luz do Seu Inextinguível Amor.
Do livro "Doutrina e Aplicação", de
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
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