sexta-feira, 14 de novembro de 2014


Diante da Perfeição

“Sede perfeitos como Nosso Pai Celestial!”


Esta foi a advertência do Senhor ao nosso coração de aprendizes. Todavia, à maneira do verme, contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a distância que nos separa da meta.


Impedimentos, compromissos e inibições fluem do nosso “ontem”, asfixiando-nos, a cada momento de hoje, o anseio de movimentação para a luz.


Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que nos integrará na magnificência divina, é imperioso começar a grande romagem, oferecendo ao avanço as melhores forças.


Ninguém exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas podes ser, desde agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria casa.


Ninguém te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias terrestres, no entanto, podes doar, de improviso, a migalha de que te sobre ao conforto doméstico, em auxílio ao companheiro necessitado.


Ninguém esperas desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas podes calar, sem detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu coração para os lábios.


Ninguém aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje, podes ser a enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados ao abandono.

Ninguém te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser, sem delonga, o reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.

Lembra a semente que te regala o corpo e aprendamos a começar.

A planta que era ontem simples promessa, hoje é garantia do pão que te supre a mesa.


As maiores e mais famosas viagens iniciam-se de um passo.

Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso alcance, desde agora, e a perfeição ser-nos-á, um dia, preciosa fonte de bênções, descortinando-nos o porvir.

Emmanuel

Do livro: Nascer e Renascer, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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