Almas
Ó solitário das estradas,
Desventurado pensador,
Há no caminho “almas penadas”
Que vão clamando desoladas
A dor e o pranto, o pranto e a dor!...
Vós, que o silêncio amais no mundo,
Em orações ao pé do altar,
Sob as arcadas silenciosas,
Almas feridas, desditosas,
Oram convosco a soluçar.
Ao descansardes, meditando,
À sombra de árvores em flor,
Sabei que às vezes sois seguidos
Pelas angústias dos gemidos,
De almas chagadas no amargar.
Clareie a luz do sol-nascente,
Negreje a treva na amplidão,
Gemem na Terra muitos seres
Pelos amargos padeceres
Depois da morte, na aflição.
Dai-lhes dos vossos pensamentos
Consolação que adoce a dor,
Dai um conforto à desventura,
A prece cheia de ternura,
Algo de afeto, algo de amor!...
Desventurado pensador,
Há no caminho “almas penadas”
Que vão clamando desoladas
A dor e o pranto, o pranto e a dor!...
Vós, que o silêncio amais no mundo,
Em orações ao pé do altar,
Sob as arcadas silenciosas,
Almas feridas, desditosas,
Oram convosco a soluçar.
Ao descansardes, meditando,
À sombra de árvores em flor,
Sabei que às vezes sois seguidos
Pelas angústias dos gemidos,
De almas chagadas no amargar.
Clareie a luz do sol-nascente,
Negreje a treva na amplidão,
Gemem na Terra muitos seres
Pelos amargos padeceres
Depois da morte, na aflição.
Dai-lhes dos vossos pensamentos
Consolação que adoce a dor,
Dai um conforto à desventura,
A prece cheia de ternura,
Algo de afeto, algo de amor!...
Auta de Souza
Do livro: Parnaso de
Além-Túmulo, psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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