quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ferramentas de Deus


 
Ferramentas de Deus

Desejavas, decerto, alma querida,
Que Deus te desse para a vida
Unicamente laços prediletos,
Os mais doces afetos
Que te consigam compreender.

Entretanto, cantando de esperança,
Recebes muitas vezes,
Por mecanismos sobrenaturais,
Muitos amados que se modificam
Enquanto o tempo avança,
Sejam eles o esposo, a esposa, o irmão, o amigo,
Parentes, companheiros, filhos, pais!. . .

Aqui, é um coração que resumia
Todos os teus projetos de ventura,
Que se te fez na luz do dia – a – dia
Um ponto inevitável de amargura.

Eis que encontras, ali, alguém que amaste
Por anjo de uma vida superior
E hoje se te surge
Por presença de dor.

Mais além, se destaca outra criatura
A quem te deste pelo afeto irmão
E agora te aparece por verdugo
Que te esquece a bondade e humilha o coração.

Entretanto, alma boa,
Serve mais, ama sempre, auxilia, perdoa. . .
Ternos amigos que se avinagraram!. . .
Temo-los onde vamos
A fim de aprimorar-nos,
Mesmo devagarinho. . .

São eles todos sempre
Ferramentas de Deus
Que nos aperfeiçoam em caminho.
Anota a vida, em torno:
A natureza é um claro exemplo disso.
O espinho guarda a rosa, a rocha escora o vale.

O freio salva o carro ao contê-lo em serviço.
Um dia, entenderás, alma querida,
Na luz do Mais Além,
Como é bom suportar quem nos despreze ou fira
Sem nunca desprezar ou ferir a ninguém.

Maria Dolores

Do livro Encontro de Paz, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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