Ainda que te encontres inteiramente
penhorado à Justiça, à face dos débitos em que te resvalaste até ontem,
lembra-te de que o Amor Infinito do Pai Celestial te concede a bênção do
"hoje" para que possas solver e renovar.
O penitenciário na grade que o exclui do convívio doméstico pode, por seu comportamento, gerar a compaixão e a simpatia daqueles que o observa, caminhando com mais segurança no retorno à própria libertação.
O enfermo algemado ao catre do infórtunio, pelo respeito com que recebe os Desígnios Divinos, pode amealhar preciosos valores em auxílio à cooperação, em favor da própria tranquilidade.
E ambos, o prisioneiro e o doente, no esforço de reconquistar-se, pela nobreza com que se recolhem as dores das próprias culpas, estendem a outras almas os benefícios que já entesouraram.
Recorda que o dia de melhorar é este mesmo em que nos achamos, uns à frente dos outros, respirando o mesmo clima de regeneração e de luta.
Nem ontem, nem amanhã, mas agora...
Agora, é o momento de levantar os caídos e os tristes, e de amparar os que padecem o frio da adversidade e a tortura da expiação...
Agora, é o instante de revelar paciência com os que se tresmalharam no erro, de cultivar humildade à frente do orgulho e devotamento fraternal diante da insensatez...
Ainda que tudo te pareça na atualidade terrestre sombra e derrota, cadeia e desalento, ergue a Deus o teu coração em forma de prece e roga-LHE forças para fazer luz e confiança onde a treva e o desespero dominam, porque, se ontem foi o tempo de nossa morte na queda, hoje é o dia de nossa abençoada ressurreição.
Emmanuel
Do livro A Verdade Responde, psicografia de Francisco Cândido
Xavier
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