Um Caso Igual a Tantos
O rapaz chegou
ao Centro Espírita “Uberabense” pedindo orientação.
Há meses
estava no exercício constante da psicografia semiconsciente, segundo as sua
próprias palavras.
Exibiu vários
cadernos com mensagens que recebera.
Entusiasmado,
disse ao dirigente da Casa, o Professor Augusto Caves, já Ter consigo muitos
livros que esperava publicar em breve tempo.
Afirmou
escrever quase o dia inteiro sob o impulso dos espíritos.
Qualquer lugar
lhe servia para o intercâmbio entre os dois mundo.
Acordava no
meio da noite, sentindo um desejo irresistível de pegar lápis e papel...
Quando a
cabeça lhe doía, tinha que escrever, escrever...
Durante meia
hora falou sem pausa, revelando certa exaltação na voz e gesticulando em excesso.
Quando,
finalmente, silenciou, aguardando a orientação que fora buscar, o abnegado
Professor lhe diz de forma paternal:
- Filho, temos
aqui as nossas reuniões semanais de estudo da Doutrina e teremos imensa alegria
em recebê-lo entre nós. Sinto que você tem um futuro promissor no campo da mediunidade,
todavia, creio que os Amigos Espirituais, presentemente, estejam exercitando as
suas faculdades. Convém, por enquanto, aguardarmos um pouco mais, não tornando
públicas essas mensagens que me parecem agora sementes de páginas mais
substanciosas que ainda serão grafadas por suas mãos. Venha participar do nosso
grupo. Amanhã mesmo você poderá vir conosco visitar alguns irmãos carentes na
periferia da cidade...
Mas, antes que
o Professor Chaves concluísse as suas ponderações, o jovem, colocando os cadernos
debaixo do braço, deu-se pressa em sair, prometendo voltar no dia seguinte e
nunca mais apareceu.
Infelizmente,
são muitos os companheiros do mundo que procuram orientação nos centros
espíritas, desejando ouvir as palavras que imaginam e não aquelas que
precisariam escutar, com humildade, em favor de si mesmos. Contrariados em seus
propósitos imediatistas, afastam-se do caminho que nem sequer começaram a
trilhar e ao qual, somente mais tarde, depois de grandes decepções e dores, tornarão
lamentando o tempo perdido.
Hilário Silva
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