NOTAS RIMADAS
As bolotas de
carvalho
Produzem copas
divinas.
Atende ao
dever miúdo,
Olha as coisas
pequeninas.
Se procuras
neste mundo
A luz de valor
mais raro,
Caleja as mãos
trabalhando
E aprende a
pagar mais caro.
Entre um monte
de ouro puro
E meio quilo
de pão,
A fome, que é
verdadeira,
Não padece
indecisão.
Não te
agastes, vida afora,
Seja a quem
for, faze o bem.
Cada tonel do
caminho
Somente dá do
que tem.
Seja teu verbo
na vida
Bem sentido,
bem pensado,
Quem dorme,
acusando os outros,
Desperta
caluniado.
Administras?
Diriges?
Sê claro,
justo, fiel...
O juiz muito
piedoso
Faz o povo
mais cruel.
Cuidado, se
peregrinas
A beber e
pandegar.
O copo afoga
mais gente
Que toda a
extensão do mar.
Há muita boca
que fala
E muita língua
que exorta,
Mas à Casa do
Serviço
Quase ninguém
chega à porta.
Por mais negra
seja a hora,
Continua calmo
e crente.
Não há guerra
ou tempestade
Que durem
eternamente.
Trabalho,
estudo, oração,
Preguiça,
paixão e vinho,
São processos
diferentes
Que mudam
qualquer caminho.
Casimiro
Cunha
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