segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Discípulo se Liberta




 

O Discípulo se Liberta


—O cansaço toma conta de mim.


Corri sempre em busca de valores que agora descubro serem coisa-nenhuma.


Afadiguei-me sem necessidade. Acumulei coisas frias, e constato que estão mortas. Chamei-as de tesouro e atribuí-lhes expressões que não merecem, pois
nada  significam, sequer, o quanto lhes concedo.


Silenciosas, pesadas, não participam da vida, e, ao invés de sustentá-la, r
eunidas em montes, empobrecem outras criaturas.


Acreditei-me ser carne e osso, quando, na
realidade, sou Espírito livre.


Emparedei-me no corpo e submeti-me aos s
eus caprichos sem sentido.


Encarcerei a cons
ciência nos cubículos dos sentidos, transitando pelos espaços exíguos do ego atormentado.


Movimentei-me demasiadamente, sem sair do lugar. Girei em torno de
nada.


Descubro, por fim, m
eu Mestre, a delícia da liberdade.


Liberto-me, suavemente, do organismo físico, superando a fome, a sede, a
dor, a enfermidade e a morte.
Vivo, agora, para a Vida, sem aprisioná-la.


Respiro e me expando. Abro os braços e afago a Natureza, abraço a Humanidade.


A mente voa, livre das paredes do cérebro, e se não submete mais a limite algum.


Tudo é luz em mim, e em luz me uno a todas as vidas. Esta luz brilha em toda p
arte; nela me envolvo, com ela viajo, conquisto os corações, as mentes e as pessoas.


Já não tenho pressa, nem
ansiedade, nem medo.


Aquieto-me, e cresço
além de mim, da prisão que não mais me detém.


Relaxo todo o corpo e o comando em silêncio, a fim de ouvir a música divina da Criação, impregnando-me da sua
harmonia.


Amo, e o m
eu é o sentimento de doação, de felicidade, de serviço a todas as formas vivas, intentando torná-lo santo e puro como a luz, poderoso e rápido como a chama que molda os metais e queima os detritos em abandono. Assim, amo o corpo sem pertencer-lhe, para amar a Humanidade, sem me afligir.


Mergulho no oceano da sabe
doria e desperto para a plenitude, a totalidade.


Deixo-me arrastar livremente, qual pássaro no ar ou pólen na brisa.


Esta
liberdade é bênção do teu amor que me chega,  que me penetra e me felicita.


Rogo-Te, m
eu Mestre, que o fogo da liberdade prossiga ardendo, porque já não vivo para mim, desde que Tu passaste a viver em mim.


Por isto, T
eu escravo que sou, me liberto de tudo.

Eros

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