Se
tiveres amor
Se tiveres
amor, caminharás no mundo como alguém que transformou o próprio coração em
chama divina a dissipar as trevas...
Encontrarás nos caluniadores almas invigilantes que a peçonha do mal entenebreceu, e relevarás toda ofensa com que te martirizem as horas...
Surpreenderás nos maldizentes criaturas desprevenidas que o veneno da crueldade enlouqueceu, e desculparás toda injúria com que te deprimam as esperanças...
Observarás no onzenário a vítima da ambição desregrada, acariciando a ignomínia da usura em que atormenta a si próprio, e no viciado o irmão que caiu voluntariamente na poça de fel em que arruína a si mesmo...
Reconhecerás a ignorância em toda manifestação contrária à justiça e descobrirás a miséria por fruto dessa mesma ignorância em toda parte onde o sofrimento plasma o cárcere da delinquência, o deserto do desespero, o inferno da revolta ou o pântano da preguiça...
Se tiveres
amor saberás, assim, cultivar o bem, a cada instante, para vencer o mal a cada
hora...
E perceberás, então, como o Cristo fustigado na cruz, que os teus mais acirrados perseguidores são apenas crianças de curto entendimento e de sensibilidade enfermiça, que é preciso compreender e ajudar, perdoar e servir sempre, para que a glória do amor puro, ainda mesmo nos suplícios da morte, nos erga o espírito imperecível à bênção da vida eterna.
Emmanuel
Pergunta 887,
de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
887. Jesus também disse: Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?
Resposta - “Certo
ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado.
Não foi isso
o que Jesus entendeu de dizer.
Amar os
inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede
se
torna
superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura
tomar vingança.”
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