Na Sementeira de Cada Dia
Observa o
mundo a redor de teus passos e perceberás, na desigualdade das situações, a
Justiça Divina a expressar-se com a perfeição da sabedoria e do amor.
Lembra-te de
que tudo nas horas de hoje decorre das criações do dia de ontem, tanto quanto a
nossa conduta presente traçar-nos-á o amanhã infalível.
Tudo nasce e
renasce, em função do aprimoramento que nos cabe atingir.
O usurário do
pretérito, que subtraiu a bênção do ouro à circulação do progresso, agora é o
mendigo esmolando a graça do pão.
O artista que
ontem abusou da inteligência situando-a a serviço da imoralidade e do crime,
passa hoje entre aqueles que lhe foram vítimas da insânia intelectual, na
feição do demente necessitado de proteção e carinho.
A mulher que
antigamente mobilizou a própria beleza, na exploração da crueldade e do vício,
caminha na atualidade entre a angústia e a aflição da debilidade orgânica, em vigorosa
luta contra o abatimento e a enfermidade.
O tirano das
consciências que outrora movimentou a política e a autoridade na escravidão dos
semelhantes para extorquir-lhes o sangue e o suor, transita agora na Terra, no
corpo disforme dos mutilados que beijam o pó da terra, por muitos e muitos
anos, a fim de compreender que só a humildade e o amor são bastante sábios para
conferir-nos a luz da verdadeira felicidade.
Cada criatura
constrói na própria mente e no próprio coração o paraíso que a erguerá ao nível
sublime da perfeita alegria, ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros
antros do sofrimento.
Cultivemos na
sementeira de cada dia a paciência e a bondade, a harmonia e a tolerância,
enquanto a oportunidade de plantar brilha, hoje, em nossas mãos, porque amanhã
será para nós novo tempo de colher e ressurgiremos diante da verdade com as
flores da vitória espiritual, que será luminosa ascensão da morte para a vida
ou com os espinhos de angustiosos compromissos com a sombra, representarão para
nós outros a volta das eminências da vida para novo mergulho nas pesadas correntes
da morte.
Cada criatura constrói na própria mente e no
próprio coração o paraíso que a erguerá ao nível sublime da perfeita alegria,
ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros antros do sofrimento.
EMMANUEL
ALVORADA DO REINO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
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