IRMÃO DE JESUS
Ele se fez o irmão da pobreza, a fim de que ela ficasse digna e enriquecedora.
Ele se tornou o irmão da Natureza, de forma que todos vissem o Pai criador nela
refletido.
Ele se transformou no irmão das aves, elevando-as a condições superiores.
Ele se condicionou como irmão dos animais, descendo à mais bela comunhão de
solidariedade que se conhece.
Ele se consagrou como irmão dos astros, revelando sua realidade estelar.
Ele dialogou com todos: os ricos e os pobres, as águas e os servos da vida,
saudáveis e enfermos, abençoando-os e atraindo-os a si com a força irrestível
do amor.
Rico, tornou-se tão pobre que a sua fortuna era nada possuir.
Cantor, dirigiu a música da sua voz para falar em nome de todas as vozes,
principalmente daqueles que, miseráveis no mundo, haviam perdido o direito de
ter voz.
Numa época na qual os homens se isolavam nos castelos e palácios, ou se
escondiam em choças misérrimas, ele ergueu como ponte, unindo as criaturas.
Todos levantavam paredes, e Francisco derrubava-as.
Enquanto se apresentavam e se mantinham distâncias, ele surgia como
aproximação. Ninguém que amasse tanto quanto ele amava.
Depois do amigo, jamais alguém que houvesse sido tão fiel, tão irmão de todos.
Hoje, a sua voz ainda prossegue chamando as almas para Deus.
A força do seu verbo continua arrebatando, porque penetra o mais profundo do ser
humano, e quem a ouve nunca mais deixa de escutar-lhe o cântico.
Os silêncios de suas meditações falam alto.
A sua ternura comove e convence.
Ele é indiminuto na sua pequenez, na sua singeleza.
A morte não o calou, a fragilidade orgânica não lhe impediu o dever de atender
o chamado do seu Senhor.
Ele continua incorruptível no ministério que mudou, em plena idade média,
os rumos da fé e do amor.
Quando a decadência político-religiosa se anunciava, como decorrência do abuso
do poder e das arbitrariedades, Francisco dignificou a criatura humana,
colocando-a em patamares elevados, e propôs-lhe felicidade com Jesus.
O mundo, depois dele, ficou diferente, qual sucedera antes com o do seu Amado.
A simplicidade enfrentou a afronta; a pureza não temeu a perversão.
Ele não é somente um símbolo, mas a realidade do próprio amor.
O seu psiquismo prossegue envolvendo a Terra, e todos aqueles que sintonizam
com a sua vibração experimentam paz e se enriquecem de esperança.
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Quando a Irmã Morte se lhe acercou, ele recebeu-a sorrindo, saudou-a...
Francisco, por fim, é o irmão de Jesus, como nenhum outro se identificou com
tão grande afinidade...
Nestes dias tumultuosos, ergue tua doce voz e canta outra vez aos ouvidos
surdos da Humanidade o teu hino de bênçãos e de louvor, intercedendo junto ao
teu Irmão por nós todos, os pobres filhos do Calvário!
JOANNA DE ÂNGELIS
Médium: Divaldo Pereira
Franco – Livro: Sob a Proteção de Deus
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