Brasileiros! Confiemos...
Orson Peter
Carrara
A irresponsabilidade política – fruto de nossas imperfeições morais que geram
omissão ou indiferença de eleitores e mesmo interesses de ambos os lados, e
abusos dos eleitos – trouxeram o país ao quadro preocupante aí presente. Por
outro lado a fragilidade de nossas leis e o sistema político, que não buscam o
interesse da nação e permitem abusos de toda ordem, geraram o caos escancarado
no panorama político que abala a Pátria.
Mas o país é mais que políticos e suas leis. Políticos desonestos ou corruptos
responderão perante a própria consciência no devido tempo. As leis sofrerão, no
amadurecimento trazido pelo tempo, as alterações que as tornem justas e não
permitam os abusos ora em andamento. Aliás, vale dizer que a corrupção não está
apenas na política, ela habita antes em nós mesmos...
E repetimos, o país é mais que políticos e suas leis. O país é seu povo, de
índole pacífica, de coração aberto, de generosidade espontânea, na riqueza da
sensibilidade e da cultura, das artes, das crenças e do trabalho que se
constrói diariamente.
Nada, pois, de pessimismo. Esperança, postura de firmeza na fé e no trabalho,
honestidade e continuidade dos altos propósitos de viver. Aqueles que estão a
abusar, aqueles que corrompem, que mentem, que enganam, responderão no curso do
tempo, não por castigo, mas por consequência mesmo das leis que nos regem a
vida.
O quadro que aí está é fruto do egoísmo que ainda nos corrompe a alma humana. É
fruto igualmente de um condicionamento intelectual imposto para atender
interesses escusos, mas tudo isso passará porque o progresso é uma lei
inexorável, que não pode ser detida.
Estamos todos em gigantesco processo de aprendizado, vamos amadurecer com isso,
sairemos escolados. Por isso é preciso é uma postura de firmeza, fé, lealdade à
Pátria, compromisso com a nação e não com interesses outros.
Todo mundo sabia que o quadro chegaria ao ponto que chegou e mesmo assim, como
nação, permitimos isso. Incoerência, não é mesmo? Faltou amadurecimento ou os
interesses pessoais e corporativos falaram mais alto? Não faltou antes pensar
na nação como um todo?
Agora cabe-nos solucionar isso e pacificamente, afirme-se! Mas somos nós
mesmos, como coletividade nacional, que deveremos reparar o quadro que aí está,
mesmo a custo de intensos sacrifícios. Este é o preço da imaturidade, da
ausência de reflexão e da prevalência dos interesses egoísticos, ao invés dos
interesses nacionais e coletivos.
Mas há uma frase final numa sábia mensagem do Benfeitor Emmanuel, na
psicografia de Chico Xavier, que sempre usei individualmente em minhas
dificuldades e agora constato, o valor dessa frase para o uso nacional diante
do momento difícil e complexo do país. Diz a frase: “(...) Por meios que
desconheces, Deus permanece agindo.” Muitos achamos que somos autossuficientes,
que tudo podemos e comandamos, mas isso é pura ilusão. Existe uma inteligência
maior que tudo comanda e nossa suposta fortaleza cai por terra até com uma
picada de mosquito (diga-se: dengue!). É muita ilusão achar que se pode
controlar tudo e todos por todo o tempo.
Uso outras frases da mesma mensagem para reforçar nosso pedido de esperança aos
brasileiros: “(...) Não esmoreças (...)”, “(...) Abraça o dever que a vida te
confia (...)”, “(...) Deus nunca nos abandona (...)”. E convido o leitor para
refletir sobre a profundidade dessas breves afirmações. O que cabe em cada uma?
Quais os desdobramentos?
Confiemos plenamente na destinação histórica e espiritual da Pátria.
Procuremos conhecer mais sobre isso para saber de nossos compromissos
coletivos, sem nos deixarmos levar por induções que corrompem e maltratam. É
preciso erguer a cabeça com dignidade, porque, afinal, tudo isso vai passar. E
a vida não se resume nessas poucas décadas de permanência no planeta; há muito
pela frente...
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