quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Em Vigilância


 
Em Vigilância

Ouves a triste balada do sofrimento respingando apelos.

Em tidas as vozes uma só voz: fome de paz.


Este equivocou-se; aquele traiu-se; esse emaranhou-se na própria leviandade; este outro perturbou-se na ilusão; aquele outro, revoltado, investe contra si mesmo em desvario.

A colheita é intransferível. Cada um dispõe da liberdade para semear onde, quando e como melhor lhe aprouver.

Ninguém, porém, se eximirá a fazer a viagem de volta, recolhendo.

Responsáveis pelos próprios feitos, estes fazem-se senhores austeros e graves, cobradores às vezes odientos e perversos, ou benfeitores amoráveis.

 

Por esta razão, a vida é oportunidade que se sucede, uma após outra, favorecendo reparação.


A cada instante podes modificar inteiramente o destino, graças à utilização boa ou má do ensejo que se te apresente em permanente convite.


Não descoroçoes, pois, em tua lida.


Assumiste um compromisso com Jesus.


Não te promete Ele a Terra nem o triunfo barato que transita enganoso.


Incita-te a uma grande violência: arrebentar as amarras das mentiras douradas, da ambição injustificável e da glória perturbadora.

Em contrapartida, propõe-te o triunfo perene sobre as paixões que tisnam a beleza lapidar dos sentimentos, que um dia Lhe deves oferecer, neles refletindo a Sua paz.

 
Nem receios, nem desconsiderações, nem o pavor que te pode induzir a uma sintonia negativa, nem a negligência que te conduza a atitude arbitrária.


As lições conduzem uma finalidade: aprendizagem. E aprendizagem é uma experiência que deves insculpir em teu mundo íntimo a soldo de sacrifícios para a redenção;


Policia-te. Não te permitas os sonhos utópicos ou os prazeres que te possam infelicitar no trâmite dos sorrisos iniciais para as tragédias culminativas.


O crime passional começa entre os júbilos dos galanteios descabidos.

O alcoolismo inveterado principia no aperitivo que, ao suceder-se, escraviza em inditosa embriaguez.

 
O vício, sob qualquer aspecto em que se apresente, pode ser comparado à fagulha inocente capaz de atear incêndios terríveis.

Sê jovial, não leviano.


Cultiva o amor, não a vulgaridade.


Faze-te afável, não perturbado pela emoção.


Guarda a previdência, não a mesquinhez.


Detém-te na vigilância, não na obstinação negativa.

 
Jesus é, para todos entre nós, o exemplo. Na linha de comportamento, é o mediador.


Equilíbrio seja o fiel das tuas aspirações.

 
Joanna de Ângelis

Do livro Oferenda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

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