quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Paz em nome de Jesus!


Paz em nome de Jesus!


Grande é a sabedoria do Pai que muito dá aos que tem e aos que pouco tem, mesmo este pouco lhes será retirado.


Compreendeis em espírito e verdade este ensinamento do Cristo? Entretanto, Jesus, com a Sua autoridade de enviado de Deus vos advertia se muito receberdes, muito de vós será exigido.


Irmãos, não vos conserveis impassíveis ante as graças que tendes recebido. Grandes contas tereis que prestar ao Senhor, que a cada servo confia determinada tarefa, de acordo com as suas responsabilidades espirituais. Jesus foi pródigo em palavras exemplificadoras dos sofrimentos que aguardam os maus servos; aos que se tornam depositários de grandes dádivas e que, por falta de amor ao Senhor e a tarefa recebida, tornam-se culpados, grandemente devedores ante as Leis Divinas.


Irmãos, não vos conserveis frios, estáticos, ante a Seara imensa onde tendes que labutar. Que vossos corações sejam sedentos de Amor, como sois sedentos de graças e bem-aventuranças. Onde encontraremos a bem-aventurança? Com o Cristo. Como chegaremos ao Cristo? Pelo Amor. Amai ao Mestre Divino, ao manso cordeiro de Deus, que por Amor sofreu por nós; entretanto, pelo Mestre amantíssimo, vós não vertestes, ainda, sequer, uma lágrima. Tendes sofrido, sim, duramente, por vossas culpas e misérias. Qual de vós, entretanto, aspirais a sofrer pelo Seu sagrado Amor.Vós sois como um indíviduo que, de pé no centro de uma praça suntuosa, admirais a magnificência dos edifícios que a cercam. Comentais a beleza arquitetônica, o arrojo das concepções. A altivez das torres esguias porém, não procurais penetrar no interior destes grandes monumentos, não procurais sentir de perto as perfeições das obras de arte. Assim fazeis com o Evangelho do Cristo. Comentais a harmonia dos conceitos, a sublimidade das concepções, porém, indiferentes, frios, não agasalhais em vossos peitos a chama bendita que vos levará ao Divino Salvador.

Irmãos! Não basta ouvir exortações belíssimas, apreciar as sutilezas evangélicas, traçar programas elevados de redenção, se não vibrais em vossas almas, a chama purificadora do Amor ao nosso Senhor Jesus Cristo.
Paulo
– mensagem psicografada por Lídia Ferreira, em 06.12.1949, na fazenda Acauã, na época município de Sousa - PB.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Proselitismo, não. Divulgação, sim.

É PRECISO DIVULGAR

Proselitismo, não. Divulgação, sim.

Ensina-nos o Espiritismo que não devemos promover atividades tendentes a conquistar adeptos com o objetivo de ampliar a quantidade de participantes da Doutrina Espírita. Tal comportamento seria a repetição de um erro que marca a história das religiões. Adesão de fachada não muda o homem e torna-se um procedimento inútil aos propósitos da Criação. De nada serve participar desta ou daquela religião, sem viver os ensinamentos do Cristo. Exatamente por isso, a Doutrina dos Espíritos tem o compromisso de buscar a integração qualificada, apresentando a sua idéia libertadora, mas sem imposição de pensamentos, restando ao homem, como não poderia deixar de ser, o livre-arbítrio para seguir o caminho que desejar.

Indispensável é a divulgação, haja vista que não seria curial reduzir a Terceira Revelação ao círculo restrito de poucos, postura tão equivocada como o proselitismo. Erram os que pensam que religião é assunto da consciência. Conhecer a verdade e não transmiti-la é egoísmo. Cabe a nós, espíritas encarnados, divulgar ao mundo o Consolador Prometido, anunciado pelos Emissários de Deus, os espíritos desencarnados.

Não há tempo a perder. Como bem disse Bezerra de Menezes em comunicação recebida em 6 de dezembro de 1969 pelo médium Francisco Cândido Xavier “Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência”.

A mensagem deixa evidente a imperiosa necessidade de procedermos à divulgação do Espiritismo, possibilitando aos homens a renovação na perspectiva da vida, destruindo o materialismo que tanto tem influenciado negativamente na terra.

A Doutrina Espírita apresenta, de modo racional e não apenas como artigo de fé, a continuidade da vida após a morte do corpo físico, anulando o nadismo, que é a angústia do homem. A imortalidade da alma é idéia de muito presente na humanidade, mas sempre cercada de misticismo, sem conseguir, portanto, afastar o medo do nada, mesmo daqueles seguidores de religiões e ditos espiritualizados. O espiritismo, diferentemente, traz a noção exata da imortalidade da alma e seus reflexos no contexto da vida corpórea. Projeta o homem para uma reflexão sobre o passado, presente e futuro, deixando patente à necessidade da prática do bem como caminho para a felicidade. Apresenta o plano espiritual como nosso mundo primitivo e a necessidade do desapego à matéria, esfera de passagem do qual nada de corpóreo levaremos ao retornamos a pátria espiritual, e que tudo o que importa são nossas obras. A Justiça Divina é perfeitamente compreendida com o Espiritismo e situações inexplicáveis aos olhos do que até agora conhecíamos passa a possuir uma clareza cristalina. A reencarnação, a lei de causa e efeito, tudo tão perfeito como o é seu Criador.

É preciso levar a todos a Doutrina Espírita e para tanto cabe aos que já a conhecem apresentá-la aos outros. “Trabalhar pela divulgação das leis divinas que regem a vida, mostrar aos homens que elas tem aplicação automática pelo poder soberano e amoroso de Deus, é a missão mais urgente, honrosa e necessária para todos os espíritas e para todos aqueles que aspiram à transformação do nosso mundo para melhor” (Juvanir Borges de Sousa, Reformador de setembro de 2005, p. 5). Os homens precisam conhecer a Verdade e vivê-la, não há mais tempo para persistir nas ilusões da matéria ou do perdão dos pecados, somos imortais e a cada um segundo suas obras. Temos a responsabilidade pela implantação das idéias espíritas, mas devemos fazê-lo com muita serenidade, sem interferir na liberdade dos homens. Como dito no inicio, divulgação, sim, proselitismo, não.

Sousa-PB, 06 de novembro de 2005.

Bernardo A. S. Lacerda (foto acima)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

ASSÉDIO TRANSITÓRIO

“Conheci uma casa espírita cujas portas foram descerradas com grande alegria”. Tomou fôlego e prosseguiu aquela personalidade que havia brilhado no movimento espírita quando no corpo físico.

__ “Estagiando demoradamente naquele estado de encantamento, os companheiros não anteviram ou preferiram ignorar que no passar dos dias os percalços haveriam de se intensificarem. A presença do entusiasmo não lhes deixou considerar que os dias sequentes não seriam tão só de sol e céu azul.


Ninguém houve que pensou na possibilidade do surgimento da borrasca; as trovoadas foram ignoradas. O entusiasmo geral prenunciou apenas dias quais aqueles na senda deles, mas não lhes permitiu ver que a luta entre o bem e o mal é intensa por todos os rincões do Universo.


No começo era tudo alegria; as amizades a se consolidarem sugeriam laços préexistentes, estes encontros de amizades espirituais que se efetivam... Não demorou alguns meses para que se percebesse os sinais do cansaço naquelas faces. A onda do entusiasmo havia passado célere e agora estava requisitando a devoção para assumir o seu posto. As reflexões foram se aclarando e o encantamento precedente foi dando lugar a meticuloso estudo do horizonte mirado.


O temor apareceu, a responsabilidade para se assumir tamanha obra qual aquela gerou discretas tristezas nos amigos testas de frente da instituição. Se no começo os colaboradores uns aos outros se atropelavam, com o passar do tempo foram se dispersando e tão escassos ficaram que as atividades das casa ficavam concentradas no comando daqueles que não se arrefeceram e mantiveram os ideais acesos, embora muitas vezes lhes faltava o ânimo e a sombra agregada desafiava o fluxo daqueles discretos raios de luz que conseguiam preservar. As cobranças eram feitas, mas os ouvidos moucos nada registravam. Os poucos confrades que restavam oscilavam os passos entre a firmeza e a fragilidade e vez ou outra um se refugiava nos caminhos melancólicos da deserção voluntária, porém depois que a vida lhe aplicava sova, almejava reassumir os próprios postos de serviços. Voltavam sem atinarem para as lutas que enfrentavam aqueles que não vacilaram em transitar para frente, mesmo afrontando as próprias limitações que sabiam possuírem. Se mantiveram em lutas intérminas até quando puderam. Contudo os dias se encarregaram de propiciar a desistência coletiva. Os supostos mais fortes passaram a ser atacados pelos mais fracos. O melindre impossibilitou um ou outro de avançar. A fofoca fez com que um deles colocasse o caso pessoal acima do próprio idealismo e foi-se embora amaldiçoando aquela vertente por onde tantas bênçãos desceram dos planos superiores. Outros dos que restavam se apartaram do serviço sofrendo periódico incômodo do desânimo. Mais alguns paralisaram os passos sob o pretexto de serem imperfeitos e se acharem perdidos sem quaisquer perspectivas para avançarem. Quantos tiveram os passos atravancados devido as críticas. Foram diversos os que se recuaram por causado incômodo das ingratidões... De maneira geral, faltou-lhes a vigilância. As promessas foram esquecidas. As lutas mal estavam começando. Acendendo luz, olvidaram que estavam incomodando os que preferiam as sombras. Para tirá-los da ativa, não precisou muita coisa não; bastou suceder o chamado assédio transitório e o grupo foi se desagregando. Os adversários das idéias espíritas atuaram com discrição. Na falta do auto policiamento, conseguiam grandes feitos com o assédio transitório, visto que, sabendo ser impraticável a chamada obsessão pronunciada, adotaram esta técnica para agirem, pois que nesta situação não se precisa acoplar-se as mentes baseado em vinculação de experiências encarnatórias precedentes cujo ódio há muito tenha feito o trabalho da associação mental doentia. O assédio transitório é oportunista. Pega um hoje, outro amanhã, mais outro depois e cada qual daquelas vítimas poderão influenciar negativamente as outras, patrocinando desuniões, inimizades, distanciamentos, incompreensões, aversões e ressentimentos”. E o amigo concluiu:

__ “As portas que foram abertas com tamanho entusiasmo não resistiram muito tempo e foram fechadas. Onde a oração e a vigilância faltam, as trevas fazem a festa”.


Mensagem psicografada pelo médium Alaor Borges Junior, do espírito de ClóvisTavares, na reunião íntima do dia 08/03/2003.



P.S.: “O Espiritismo não vem procurar os perfeitos, mas os que se esforçam em o ser pondo em prática os ensinos dos Espíritos. O verdadeiro espírita não é o que alcançou a meta, mas o que sinceramente quer atingi-la. Sejam quais forem os seus antecedentes, que será bom espírita desde que reconheça suas imperfeições e seja sincero e perseverante no propósito de se emendar”. Allan Kardec

domingo, 25 de outubro de 2009

Onde Está o Respeito?

Tenho notado que o ser humano, com toda sua evolução e sua inteligência que o destaca no reino animal, ainda deixa a desejar em muitos aspectos, principalmente no quesito “respeito”.

E sem o respeito ao próximo, causa o chamado efeito dominó, pois sem o respeito, a fraternidade, a solidariedade, e mesmo as amizades, tornam-se apenas atos simbólicos, em sua maioria das vezes com motivos egoístas de se auto-promover.


Vejo principalmente o desrespeito ao idoso, onde tons irônicos, descaso, e mesmo falta de solidariedade são evidentes.

Muitos esquecem que os idosos possuem muita sabedoria acumuladas na vivência diária, e nos ensinamentos que a vida lhes proporciona. Em todos os dias que passam, em cada semana, a cada mês e a cada ano, a experiência aumenta com a mesma intensidade que aumentam seus cabelos brancos. A cada fio branco que surge é mais uma lição adquirida. O ser humano envelhece apesar do instinto de conservação, mas o espírito continua jovem.

Muitos filhos e parentes abandonam seus idosos em asilos de mendicidade, creches e sanatórios.
Claro... Existem casos e casos, onde muitas vezes doenças, e problemas físicos ou mentais, tornam o cuidado da família obsoleto, e existe a real necessidade de internação... Mas... Onde esta o respeito?


Não devemos abandonar nossos idosos a própria sorte; Visitar, dar um abraço, uma palavra de carinho, muitas vezes renova por completo o animo e conquista um belo sorriso desses que por vezes se sentem abandonados.

“[...]a maturidade onde se pressupõe o equilíbrio físico e emocional no vigor e a energia que esplendem. O Espírito se exteriorizaria aí em toda solidez, firmeza, precisão e desenvolvimento.


A segurança, a justeza, a reflexão dão real colorido as propostas e decisões "Se realmente a idade madura é menos primaveril que a adolescência; se as flores decaíram do seu colorido e perfume, os frutos igualando-se aos frutos de uma árvore começam a aparecer na extremidade da alma pois é a idade madura, por excelência, o período da plenitude; é o rio que corre a toda força e espalha pela campina a riqueza e a fecundidade". ( Léon Denis O Grande Enigma, XV )


"(...) É justo que os filhos cooperem com os pais, embora saibamos que os mais jovens de hoje serão os mais velhos de amanhã tanto quanto os maduros de agora, desempenharão, muito em breve o papel de jovens no futuro. Tudo é seqüência na Lei". (Emmanuel - Reformador julho/76 - 22/4/51)

No entendimento espírita não há lugar para que uma idade seja mais importante que outra, não havendo assim desajustamentos e conflitos.


Pois é...
Marcos Paterra (foto)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fragmentos de Kardec

Autor: Orson Peter Carrara




A ocorrência do bicentenário de nascimento de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, em 03 de outubro de 2004 (o nascimento ocorreu em 1804), sugere que, além dos dados biográficos – amplamente divulgados e conhecidos –, ampliar-se o conhecimento de seus pensamentos, para identificação de seu perfil psicológico.

Colhemos em Obras Póstumas (1), alguns fragmentos de seus raciocínios, para homenagear a importante efeméride.

Para conhecer seu perfil moral, a transcrição seguinte traz preciso embasamento: “Um dos primeiros resultados das minhas observações foi que os Espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência que o seu saber era limitado ao grau de seu adiantamento, e que a opinião deles não tinha senão o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, reconhecida desde o começo, evitou-me o grave escolho de crer na sua infalibilidade e preservou-me de formular teorias prematuras sobre a opinião de um só ou de alguns. Só o fato da comunicação com os Espíritos, o que quer que eles pudessem dizer, provava a existência de um mundo invisível ambiente era já um ponto capital, um imenso campo franqueado às nossas explorações, a chave de uma multidão de fenômenos inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era conhecer o estado desse mundo e seus costumes, se assim nos podemos exprimir. Cedo, observei que cada Espírito, em razão de sua posição pessoal e de seus conheci
mentos, desvendava-me uma face desse mundo exatamente como se chega a conhecer o estado de uma país interrogando os habitantes de todas as classes e condições, podendo cada qual nos ensinar alguma coisa e nenhum deles podendo, individualmente, ensinar-nos tudo.”

Para conhecer o método aplicado nos estudos e observações sobre o Espiritismo, basta analisar esta frase: “(...) apliquei a esta ciência o método experimental, não aceitando teorias preconcebidas, e observava atentamente, comparava e deduzia as conseqüências, dos efeitos procurava elevar-me às causas, pela dedução e encadeamento dos fatos, não admitindo por valiosa uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da questão. Foi assim que procedi sempre em meus anteriores trabalhos, desde os quinze anos”.

Sobre a responsabilidade que se impunha, expõe Kardec: “compreendi logo a gravidade da tarefa, que ia empreender, e entrevi naqueles fenômenos a chave do problema, tão obscuro e tão controvertido, do passado e do futuro da humanidade, cuja solução vivi sempre a procurar era, enfim, uma revolução completa nas idéias e nas crenças do mundo. Cumpria, pois, proceder com circunspecção e não levianamente, ser positivo e não idealista para não me deixar levar por ilusões”.

Comentando sobre o sistema de análise nas comunicações com os Espíritos: “Incumbe ao observador formar o conjunto, coordenando, colecionando e conferindo, uns com os outros, documentos que tenham recolhido. Desta forma, procedi com os Espíritos como teria feito com os homens considerei-os, desde o menor até o maior, como elementos de instrução e não como reveladores predestinados”.

Estabeleceu duas máximas que se imortalizaram de maneira patente a indicar os caminhos da Doutrina Espírita: a) Fora da caridade não há salvação, princípio que ressalta a igualdade entre as criaturas humanas, perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua; b) Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade, ressaltando que a fé raciocinada se apoia nos fatos e na lógica.

Para concluir, nada melhor que trazer aos leitores Uma Prece de Allan Kardec, também extraída de Obras Póstumas, onde podemos sentir toda grandeza d’alma deste nobre espírito: “Senhor! Se vos dignastes lançar os olhos sobre mim, para satisfazer os vossos desígnios, seja feita a vossa vontade! A minha vida está em vossas mãos disponde do vosso servo. Para tão alto empenho, eu reconheço a minha fraqueza. A minha boa vontade não faltará, mas podem trair-me as forças. Supri a minha insuficiência, dai-me as forças físicas e morais, que me sejam necessárias. Sustentai-me nos momentos difíceis e com o vosso auxílio e o dos vossos celestes mensageiros esforçar-me-ei por corresponder às vossas vistas”.

(1) Edicão Lake
Nota do autor: esta matéria usou como referência a publicação Hippolyte Léon Denizard Rivail - O Perfil de um Mestre, elaborado pelo Centro Espírita “Esperança e Fé”, de Franca-SP, e reeditado pelo Centro Espírita “Caminho de Damasco”, de Garça-SP, com pequenas alterações do texto original, e utilizando como bibliografia as seguintes obras:
Biografia de Allan Kardec, de Henry Sausse, edição LAKE;
Grandes Espíritas do Brasil, de Zêus Wantuil, ed. FEB;
Allan Kardec, de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, ed. FEB;
Vida e Obra de Allan Kardec, de Canuto Abreu, ed. Edicel;
Obras Postumas, de Allan Kardec, ed. LAKE;
Revista Reformador, de 1952, ed. FEB;
Narrações do Infinito, de Camile Flammarion, ed. FEB;
Herculanun, de J. W. Rochester, ed. FEB.
Fonte: Matéria publicada originariamente no jornal O Clarim, de outubro de 2004.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CONSEQÜÊNCIAS DO PASSADO

1- Como podemos compreender os resultados de nossas existências anteriores?

Emmanuel - Para compreender os resultados das existências anteriores, baste que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.

2 - Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas?

Emmanuel - Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantarmos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreende-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.

3 - Qual a lição que as horas nos ensinam?

Emmanuel - Meditemos a simples lição das horas. Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera. Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.

4 - Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?

Emmanuel - No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.

5 - Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?

Emmanuel - Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.

6 - Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?

Emmanuel - Os grandes delitos operam na alma; estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.

7 - O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?

Emmanuel - Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatórias, freqüentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne, mas, transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.

8 - E os protagonistas de tragédias passionais?

Emmanuel - Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos; exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e da devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consangüíneos, tolerando-se mutuamente, até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atento ao reequilíbrio de que se vêem necessitados, ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do Espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.

9 - E aos cúmplices de erros e enganos?

Emmanuel - As grandes dificuldades não caem exclusivamente sob os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que adotaram são impelidos a recebe-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.

10 - O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?

Emmanuel - Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito em breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente; requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos na falência a que se arrojou.

11 - Que acontece aos que impelem o próximo à falência moral?

Emmanuel - Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestamos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que nos enredamos, ao precipita-los nos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos. Nas mesmas circunstâncias carreamos em nós, enraizadas nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.

12 - E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da idéia?

Emmanuel - Quando desencarnados, não fugimos à lei de causa e efeito.
Se malbaratamos os tesouros das emoções e dos pensamentos na Terra, deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades conseqüentes, a se entranharem nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.

13 - E àqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?

Emmanuel - Nessas condições, o porvir esboça-se, nebuloso, apontando-nos graves lições de refazimento e resgate. Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, agüentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer de permeio.

14 - E àqueles que perpetram crimes?

Emmanuel - Se perpetramos crimes na pessoa dos nossos semelhantes, eis-nos à frente de mutilações dolorosas.

5 - E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?

Emmanuel - Se nos entregamos à extravagância da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.

16 - E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?

Emmanuel - Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecentes, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.

17 - E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?

Emmanuel - Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.

18 - As conseqüências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?

Emmanuel - Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que nos partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.

19 - Qual deve ser a nossa atitude perante as provas da vida?

Emmanuel - Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.

20 - Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?

Emmanuel - Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas conseqüências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.

EMMANUEL
Fonte: Do livro 'Leis Do Amor', de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

domingo, 18 de outubro de 2009

O Homem de Bem

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça e de caridade, na sua maior pureza.

Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem o que desejara lhe fizessem.


Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse.


O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos,sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Não alimenta ódio, nem rancor,nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houverperdoado.

É indulgente com as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência a tem presente esta sentença do Cristo:

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los.

Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las.
Todos os esforços empregam para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec (foto Chico Xavier e Aparecida do Hospital "Fogo Selvagem").

O IRMÃO

"A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 13:4.)

Quem para mostrar-se é vaidoso.
Quem para torcer o pensamento dos outros, dobrando-o aos pontos de vista que lhe são peculiares, é tirano.

Quem para livrar-se do sofredor é displicente.

Quem para exibir títulos efêmeros é tolo.

Quem para receber com vantagens é ambicioso.

Quem para humilhar é companheiro das obras malignas.

Quem para sondar a extensão do mal é desconfiado.

Quem para afrontar a posição dos outros é soberbo.

Quem para situar o nome na galeria dos benfeitores e dos santos é invejoso.

Quem para prender o próximo e explorá-lo é delinqüente potencial.

Em todas essas situações, na maioria dos casos, quem se revela um tanto melhor que todo aquele que não dá, de mente cristalizada na indiferença ou na secura; todavia, para aquele que , irradiando o amor silencioso, sem propósitos de recompensa e sem mescla de personalismo inferior, reserva o Plano Maior o título de Irmão.

Vinha de Luz FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
PELO ESPÍRITO EMMANUEL

GRANDE OPORTUNIDADE!






Departamento da Infância e juventude da Casa do Caminho - Sousa-PB.

Seja ativo e participe do Trabalho Voluntário.

Que beleza! AH! no momento, há vagas!
Apresente-se e abrace uma tarefa.
Requisitos exigidos: Amar ao Mestre Nazareno e cuidar com amor de suas crianças.

METODOLOGIA APLICADA: TOLERÂNCIA, TRABALHO E SOLIDARIEDADE.

MATÉRIAS ELIMINATÓRIAS: FALTA DE GENTILEZA E DE DISCIPLINA, ASSOCIADAS A FALTA DE SORRISO E DE AMOR AO PRÓXIMO.




PORTANTO, É BASTANTE SIMPLES, SEJAM BEM VINDOS E BOM TRABALHO.


ESTUDE KARDEC E COMPREENDA JESUS, CONSEQUENTEMENTE, O PAGAMENTO VIRÁ EM FORMA DE FELICIDADE, TRABALHO E PAZ.


O passe, visita aos lares e hospitais, evangelização infantil são algumas oportunidades de trabalho na seara espírita cristã.



Maiores informações procure: Cátia, Rainilly, Cláudia, Wellington e Igor.

sábado, 17 de outubro de 2009

Você conhece Allan Kardec?

1) Quem foi Allan Kardec?

— Allan kardec, pseudônimo de Hippolyte-Léon Denizard Rivail, descendente de antiga família lionesa, cujos antepassados haviam muito se destacado na magistratura e na advocacia, foi o codificador da Doutrina dos Espíritos. Hippolyte-Léon Denizard Rivail nasceu no dia 3 de outubro de 1804; Allan Kardec, no dia 18/04/1857, quando do lançamento de O Livro dos Espíritos.

2) Quem era a esposa de Allan Kardec?

Amélie-Gabrielle Boudet, nascida em 1795, foi professora primária e também de Letras e Belas Artes, trazendo de encarnações passadas a tendência inata, por assim dizer, para a poesia e o desenho. Culta e inteligente, chegou a dar à luz três obras, assim nomeadas: "Contos Primaveris", 1825; "Noções de Desenho", 1826; "O Essencial em Belas Artes", 1828. Na obra, tornou-se ela a sua secretária.

3) O que se entende por Codificação Espírita ou Kardequiana?

A Codificação Espírita ou Kardequiana, chamada muitas vezes de Pentateuco Kardequiano, compõe-se dos livros: "O Livro dos Espíritos" (1857), "O Livro dos Médiuns" (1861), "O Evangelho Segundo o Espíritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e "A Gênese" (1868). A grande obra de Allan Kardec, porém, vai além destes livros básicos. Podemos acrescentar: "O que é o Espiritismo" (1859); "O Espiritismo em sua Expressão mais Simples" (1862); "Viagem Espírita" (1862); "Obras Póstumas" (1890); "Revista Espírita", jornal de estudos psicológicos, em fascículos mensais, redigidos e publicados pelo próprio Kardec. A coleção completa consta de 12 volumes, resultantes de 11 anos e quatro meses de trabalho intensivo. Foi editada pela primeira vez em 1.º de janeiro de 1858.

4) Qual a missão de Allan Kardec?

A missão de Allan Kardec foi trazer à luz os princípios superiores da fé raciocinada, sem contudo destruir, as escolas de fé, até agora existentes. É por esta razão que o Espírito Emmanuel, no livro Roteiro, diz que "O Espiritismo é, acima de tudo, o processo libertador das consciências, a fim de que a visão do homem alcance horizontes mais altos".

5) Como era a época de Allan Kardec?

A época de Allan Kardec diz respeito ao homem do século XIX, século de profundas e agitadas discussões filosóficas, século em que se hipertrofiou muito o espírito crítico. Por outro lado, Allan Kardec teve uma formação humana muito propensa ao raciocínio analítico, à controvérsia religiosa e filosófica.
O Positivismo de Augusto Comte e o Evolucionismo invadiram o pensamento da elites. Conseqüência: fora dos fenônemos objetivos, tudo era metafísica.

6) Em que meio se deu a Codificação?

O Espiritismo foi codificado na França, berço da civilização ocidental. Berço esse impregnado de doutrinas contrárias à velha fé, mas também indiferentes aos altos problemas de filosofia espiritualista. Como falar de reencarnação diante de tanto ceticismo e em meio a tantas divergências doutrinárias nos círculos intelectuais e, até certo ponto, na própria esfera religiosa?

7) O que influenciou Kardec?

O Humanismo, o Racionalismo e o Universalismo. Observe que havia mais preocupação com as idéias gerais do que propriamente com as técnicas, o conhecimento específico. "O Evangelho Segundo o Espiritismo" demonstrou isso. Tanto que Kardec teve o cuidado de selecionar os tópicos que dizem mais de perto ao amor ao próximo. A sua definição de fé é uma decorrência do Racionalismo. Ele diz: "Fé inabálavel é somente aquela que consegue enfrentar a razão,face a face, em todas as épocas de humanidade".

8) Em que pontos e até onde Kardec está desatualizado? O que podemos fazer para atualizá-lo?

Os que dizem que Kardec está desatualizado, não o dizem onde. A única coisa ressalvável é a sua linguagem restrita e compatível com o nível da época em que viveu. Exemplo: Kardec era obrigado a falar de fluido magnético porque naquele tempo não se conhecia o átomo. Dessa forma, tudo o que transcendia à matéria era considerado fluídico. Mesmo assim fez uma ressalva, dizendo que estava usando essa linguagem na falta de outra melhor.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Histórias que nos ensinam

Três ou quatro vezes tive a oportunidade de acompanhar as tarefas de nosso querido Jerônimo Mendonça em nossa região e no interior do Estado de São Paulo. E em tão pouco tempo, pude aprender muito com ele.

Sempre conduzido naquela cama especialmente construída para um tetraplégico cego, com distúrbios cardíacos tão importantes que, se levantasse um pouco mais suas costas, ou as abaixasse, dificilmente conseguiria respirar. Esse tipo de maca que o carregava para todo lugar tecnicamente recebe o nome de Trendenlenburg.


Quando assisti à sua primeira palestra, estranhei o fato de, após a explanação, ele sempre cantar uma música que nada tinha de doutrinário.



Era um canto infantil chamado “O Pica-Pau”, que dizia:



Pica-pau é um passarinho muito


alegre e gentil,


que habita as florestas majestosas do Brasil...


Com penacho na cabeça, que lhe dá tom marcial,


dentre todos os passarinhos,


com certeza é o general.



Incomodado com aquela situação, um dia perguntei-lhe o porquê daquela canção depois de uma palestra de teor tão profundo.



E Jerônimo, sempre sorrindo, contou-me então:



“Há muito tempo, enquanto repousava, apareceu-me um Mentor amigo que disse precisar de minha ajuda. E levou-me para uma região do mundo espiritual, muito pantanosa, obscura.


Fiquei um pouco assustado, mas antes que tivesse tempo de questionar qualquer coisa, o Guia disse-me: “Jerônimo, cante!” Eu não entendi direito... Mas ele repetiu, em forma de intimação.

Mais assustado ainda, a única canção que me veio à mente foi esse folclore infantil que minha mãe tinha me ensinado quando eu ainda era muito pequeno.

Qual não foi minha surpresa quando, imediatamente após iniciar a melodia, começaram a surgir Espíritos que vinham do fundo daquele lodo, como que a espiar de onde vinha aquela música, aquele som.

Foi então que meu Benfeitor me falou sem deixar margens para perguntas: “Jesus não disse que toda ovelha conhece a voz de seu pastor? Pois então, esses foram ovelhas suas, em épocas negativas, quando você os liderava.”

“Então – concluiu Jerônimo – nunca mais deixei de cantar essa melodia, onde quer que fosse, para tirar do umbral minhas antigas companhias, para que eles, reconhecendo minha voz, me vendo nesse corpo mutilado, percebessem que as Leis Divinas nunca esquecem ninguém e, quando nos alcançam, não chegam para nos castigar, mas para nos erguer a planos melhores.” (Lembramos que em novembro deste ano serão completados 20 anos de sua desencarnação.)


JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULAdepaulajose@hotmail.com De Cambé

Histórias que nos ensinam

Três ou quatro vezes tive a oportunidade de acompanhar as tarefas de nosso querido Jerônimo Mendonça em nossa região e no interior do Estado de São Paulo. E em tão pouco tempo, pude aprender muito com ele. Sempre conduzido naquela cama especialmente construída para um tetraplégico cego, com distúrbios
cardíacos tão importantes que, se levantasse um pouco mais suas costas, ou as abaixasse, dificilmente
conseguiria respirar. Esse tipo de maca que o carregava para todo lugar tecnicamente recebe o nome de Trendenlenburg.
Quando assisti à sua primeira palestra, estranhei o fato de, após a explanação, ele sempre cantar uma música que nada tinha de doutrinário.
Era um canto infantil chamado “O Pica-Pau”, que dizia:
Pica-pau é um passarinho muito
alegre e gentil, que habita as florestas
majestosas do Brasil... Com
penacho na cabeça, que lhe dá tom
marcial, dentre todos os passarinhos,
com certeza é o general.
Incomodado com aquela situação, um dia perguntei-lhe o porquê daquela canção depois de uma palestra de teor tão profundo.
E Jerônimo, sempre sorrindo, contou-me então:
“Há muito tempo, enquanto repousava, apareceu-me um Mentor amigo que disse precisar de minha ajuda. E levou-me para uma região do mundo espiritual, muito pantanosa, obscura. Fiquei um pouco assustado, mas antes que tivesse tempo de questionar qualquer coisa, o Guia disse-me: “Jerônimo, cante!” Eu não entendi
direito... Mas ele repetiu, em forma de intimação.
Mais assustado ainda, a única canção que me veio à mente foi esse folclore infantil que minha mãe tinha me ensinado quando eu ainda era muito pequeno.
Qual não foi minha surpresa quando, imediatamente após iniciar a melodia, começaram a surgir Espíritos que vinham do fundo daquele lodo, como que a espiar de onde vinha aquela música, aquele som.
Foi então que meu Benfeitor me falou sem deixar margens para perguntas: “Jesus não disse que toda ovelha conhece a voz de seu pastor? Pois então, esses foram ovelhas suas, em épocas negativas, quando você os liderava.”
“Então – concluiu Jerônimo – nunca mais deixei de cantar essa melodia, onde quer que fosse, para tirar do umbral minhas antigas companhias, para que eles, reconhecendo minha voz, me vendo nesse corpo mutilado, percebessem que as Leis Divinas nunca esquecem ninguém e, quando nos alcançam, não chegam para nos castigar, mas para nos erguer a planos melhores.” (Lembramos que em novembro deste ano serão completados 20 anos de sua desencarnação.)
JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA
depaulajose@hotmail.com
De Cambé

A importância do sorriso na casa espírita





Outro dia um amigo me confidenciou que estava muito preocupado com a ausência de sorrisos e calor humano no interior das instituições espíritas. E que se nossa Doutrina é otimista, trazendo nova luz para a vida por que é que há tanta gente carrancuda dentro das instituições?
Não pude deixar de concordar com ele.
De fato, tenho percebido que muitas instituições, através de seus dirigentes e trabalhadores, à guisa de manter a seriedade doutrinária comprometem o seu bom humor, a simpatia, o calor humano, como se o mundo se resumisse às suas carrancas, ao sofrimento e ao pessimismo.
Não podemos esquecer que normalmente quem procura o centro espírita está com dificuldades, está desanimado, está sofrendo. Se mantemos uma postura sisuda, com humor fechado, e sem a luz de um sorriso, devemos saber que temos a chance de estarmos contribuindo para influenciar negativamente aqueles que nos procuram, piorando a sua situação.
Talvez por um atavismo judaico-cristão associado com a idéia equivocada de que o sofrimento é enobrecedor e é sinal de evolução (o que está errado, evidentemente) é que esses irmãos e irmãs que preferem a carranca ao sorriso estejam agindo assim.
Que jamais faltem sorrisos nos centros espíritas, pois nada mais animador do que ser recebido com um sorriso e com calor humano. Pois nós não somos máquinas. Somos seres humanos, seres espirituais, tendo o compromisso de transformar o mundo para melhor. Para que sombras em nosso rosto?
Não podemos esquecer que o abismo atrai o abismo e que sorrir sempre é a garantia de espalhar a paz e a alegria a contagiar aqueles que estão ao nosso redor, onde quer que seja.
E a casa espírita detém um papel de fundamental importância como irradiadora da luz, sendo nossa postura a lâmpada a propagar essa boa energia. Se fechamos o nosso rosto, estaremos impedindo o fluxo dessa luz. Pois "cara" fechada não é sinal de evolução.
Joaquim Ladislau Pires Junior

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ATITUDES DE AMOR


Essa expectativa de transição, no entanto, muda muita coisa, e é nos meios espíritas que devemos estar mais atentos para o papel que nos cabe neste momento, em virtude dos conhecimentos transcendentais da Doutrina professada por nós, da assistência permanente dos espíritos benfeitores e dos compromissos que assumimos com nossa própria consciência e com aqueles que avalizaram nossa reencarnação.



Conforme Bezerra de Menezes, estamos adentrando a terceira etapa do Espiritismo, na qual se criará entre nós, seus adeptos, o período da ATITUDE. Nessa etapa, pretende-se também a maioridade das idéias espíritas. Essa informação está contida num relato feito pelo espírito Cícero Pereira, no livro Seara Bendita, psicografado pelo médium Wanderley Soares de Oliveira (MG).



Nesse relato Cícero descreve um memorável encontro ocorrido no mundo espiritual, ao término do Congresso Espírita Brasileiro de 1999, em Goiânia. Desse encontro, conforme Cícero Pereira, participaram mais de cinco mil espíritos desencarnados e encarnados, quando então Bezerra, em nome do espírito Verdade, apresentou uma série de diretrizes que representam verdadeiro planejamento estratégico para o novo período do Espiritismo, que se iniciaria com o novo século.



Essas diretrizes, como se pode perceber, estão inteiramente alicerçadas sobre o maior dos valores defendidos por Jesus, o amor. Isto nos dá tranqüilidade quanto à sua procedência, lembrando que o Mestre afirmou: “Pelos frutos os conhecereis”. Disse, então, Bezerra, que o primeiro período do Espiritismo, de setenta anos, constituiu a fase da consagração das origens e das bases em que se assentam a Doutrina, as quais lhe conferiram legitimidade. Os setenta anos seguintes representaram o tempo da proliferação. Com relação ao terceiro período, de outros setenta anos, afirmou: “Esse novo tempo deverá conduzir a efeitos salutares a nossa coletividade espírita, criando entre nós, seus adeptos, o período da atitude. O velho discurso sem prática deverá ser substituído por efetiva renovação”;




“O núcleo espiritista deve sair do patamar de templo de crenças e assumir sua feição de escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem, independentemente de fazer ou não com que seus transeuntes se tornem espíritas e assumam designação religiosa formal”; “A diversidade é uma realidade irremovível da Seara e seria utopia e inexperiência tratá-la como joio. Imprescindível propalar a idéia do ecumenismo afetivo entre os seareiros, para que a cultura da alteridade seja disseminada e praticada no respeito incondicional a todos os segmentos”.



Como podemos perceber por estas rápidas pinceladas, as diretrizes trazidas por Bezerra são de molde a mudar paradigmas e essas mudanças são absolutamente necessárias para podermos acompanhar a transição em andamento, porque transição sempre muda muita coisa.Podemos observar também que o discurso de Bezerra foi todo vazado numa linguagem muito forte, peremptória, imprópria de seu estilo suave, porque naquele momento, como informado, ele estava transmitindo o pensamento do Espírito Verdade, em orientações de grande importância e seriedade para o movimento espírita. Ermance, em sua última encarnação, foi uma das médiuns da codificação. Hoje, ao lado de Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Maria Modesto, Cícero Pereira e outras entidades de escol, vem trabalhando intensamente para difundir essas novas idéias, visando a sua materialização nos ambientes espíritas, pois conforme disse Bezerra, referindo-se ao novo período do Espiritismo, “o núcleo espiritista deve sair do patamar de templo de crenças e assumir sua feição de escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem”.



ATITUDES DE AMOR psicografado pelo médium Wanderley Soares de Oliveira espírito Ermance Dufaux.









quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CAUSAS ESPIRITUAIS DAS DOENÇAS

1 - O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?

Emmanuel - O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.

2 - O erro de uma encarnação passada pode incluir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?

Emmanuel - A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semi-material do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.

3 - Quais os dois aspectos da Justiça?

Emmanuel - A Justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas conseqüências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a Justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.

4 - Qual a relação existente entre doenças e a Justiça?

Emmanuel - No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.

5 - O que faz o Espírito, antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?

Emmanuel - Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.

6 - Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?

Emmanuel - Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.

7 - Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?

Emmanuel - Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.

8 - Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?

Emmanuel - Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.

9 - Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?

Emmanuel - Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.

10 - Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?

Emmanuel - Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades de vez que, em muitas circunstâncias quais aqueles que se verificam no suicídio ou na delinqüência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.

11 - Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?

Emmanuel - Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinqüiram.

12 - A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?

Emmanuel - A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente, que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; os que passam, todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.

13 - Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos dos males do corpo e da alma?

Emmanuel - Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertência do Mestre: 'Orai e vigiai, para não cairdes em tentação'.

Fonte: EMMANUEL, do livro Leis do Amor, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A REENCARNAÇÃO

A doutrina da Reencarnação é a única lei divina que pode explicar o futuro e alimentar esperanças, pois é através dela que são facultados os meios do homem resgatar seus erros, na pauta de novas provações.

A razão indica, e os bons Espíritos ensinam que a doutrina da Reencarnação é altamente consoladora, porque, através dela, o homem compreende que Deus é justo, misericordioso e a expressão mais elevada do amor e da bondade.

A Reencarnação já era conhecida e divulgada desde a Antiguidade pelos hindus, na

Ásia, pelos Egípcios, na África, pelos Hebreus, no Oriente, pelos Gregos e Romanos, na Europa, e na antiga França, pelos Druidas. Este princípio era conhecido entre eles com o nome de Metempsicose.

Acreditavam eles que o espírito do homem poderia voltar à terra e animar o corpo de um animal e vice-versa.

Esclarece a Doutrina Espírita que essa volta em corpo animal é impossível, pois o espírito nunca retrocede após o grau de evolução alcançado, podendo apenas estacionar, temporariamente, questão 194 de “O Livro dos Espíritos”, portanto, a volta ocorre, só que em um corpo humano, nunca em corpo animal.

Fonte: Do livro “Analisando as Traduções Bíblicas”, de Severino Celestino da Silva.

Dr. Ferreira - precursor do Espiritismo em Sousa

Por Walter Sarmento




O Espiritismo aportou em Sousa no ano de 1932 com a chegada de José Rodrigues Ferreira Júnior - Dr. Ferreira - engenheiro civil, matemático, poeta e seguidor fiel de Jesus Cristo e de Allan Kardec.

O precursor da Doutrina Espírita em Sousa, dotado de grande cultura e membro do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, nasceu no Brooklyn, Nova York, (N. Y. U.S.A.) Estados Unidos da América, em 7 de novembro de 1889, filho do prof. José Rodrigues Ferreira (cônsul do Brasil em Nova Iorque ) e da Sra. Lydia Fausto Ferreira. Desencarnou em 10 de outubro de 1952 na Fazenda Acauã, de sua propriedade, hoje município de Aparecida-PB, a 400 km da capital paraibana.

Do casamento com Martha Richard Rodrigues Ferreira, desencarnada em 1928, nasceram Lídia Ferreira Loureiro, Mariana Ferreira de Menezes, Paulo Rodrigues Ferreira e Newton Rodrigues Ferreira.

Durante cerca de 25 anos, Dr. Ferreira e seus familiares dedicaram-se ao tratamento dos “loucos”, enfermos espirituais - tratados à época como animais e manietados, promovendo pela graça do Cristo e o concurso dos Espíritos bondosos curas e melhoras acentuadas.

Cidadão

Em 1916, o engenheiro civil foi nomeado auxiliar técnico da antiga Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (hoje denominada DNOCS). Em 1927, foi exonerado, a pedido, do cargo de chefe do 2° Distrito da antiga IFOCS, sob alegações políticas de que o mesmo era amigo íntimo do Presidente da Paraíba, Dr. João Suassuna.

Caluniado e perseguido, conforme cita o relato do Dr. Rui Simões de Menezes (engenheiro agrônomo, em biografia do Dr. Ferreira, publicada em 1967, na cidade de Fortaleza – CE), abandona o serviço público e inicia sua dedicação à atividade privada, projetando a fábrica da Empresa Brasileira de Óleos Vegetais em Mossoró – RN e a Fazenda Acauã, hoje município de Aparecida - PB.

Na Fazenda Acauã, o empreendedor se destacou pelas atividades progressistas que imprimiu à lavoura irrigada, à criação de animais de alta linhagem, à industrialização de óleos vegetais, e, principalmente, uma atenção especial à educação dos empregados e de suas famílias.

Labor Espírita

O Espírita da Acauã era dotado de um elevado espírito cristão, expressando sempre princípios morais dos mais insignes, impressionando pela personalidade rara, simpática, culta, bondosa e inteligente. Estudioso profundo da Doutrina Espírita e observador exímio dos fundamentos Kardequianos, atendia a todos os irmãos com humildade, simplicidade e presteza, jamais revidando o desdém, a ignorância e o preconceito que, gratuitamente, eram dirigidos a sua pessoa por se apresentar como Espírita.

Em 1940, o grupo de espíritas de Sousa não contava um local determinado para estudar o Consolador Prometido, não obstante houvesse o encontro de estudos e de educação mediúnica na parte em que antes funcionava "a senzala" (local onde se alojavam os escravos) da Fazenda de propriedade do ex-funcionário público. Uma vez formalizado o grupo, foi definido o ambiente como "Centro Espírita Paulo de Tarso".

Sob a presidência do Dr. Ferreira, sua esposa e outros obreiros espíritas abnegados labutaram na Doutrina Espírita, tais como: Lídia Ferreira Loureiro, Mariana Ferreira, Amável Menezes de Sá, Ivo Cordeiro Cavalcante, Professor Virgílio Pinto, Silvio Timóteo de Sousa, Maria Morais e tantos outros irmãos.

Os doentes do espírito chegavam de todos os recantos do Sertão e após serem evangelizados e curados das enfermidades espirituais (em alguns casos em grau de expurgo pela matéria grosseira) retornavam aos seus lugarejos de origem. Muitos irmãos eram tratados em poucos dias, entretanto, outros reclamavam mais cuidados e chegavam a residir, por vezes, na Acauã por mais de dois anos. Tudo isso, sempre às expensas do Dr. Ferreira, que não exigia de ninguém pagamento material, salvo, o compromisso do curado, de que a partir de então, se comprometeria apenas com a prática da bondade, do amor e da caridade para com todos os irmãos de caminhada. “Lembre-se - afirmava na despedida - encontraste a liberdade, a verdade e a luz. Deus dá luz aos humildes e simples. Ide em paz".

No âmbito dos trabalhos mediúnicos, grande era a influência dos Espíritos bondosos a assistirem, em caráter permanente, com luzes de amor, paz e sabedoria, aos irmãos mais frágeis, ignorantes do bem e da caridade. Muitos espíritos encerravam no "Centro Espírita Paulo de Tarso", ambiente de paz celestial, sob a égide do Mestre Jesus, um ciclo de sofrimentos, vencidos pelo devotamento, pela generosidade e pela paciência dos obreiros menores do Espiritismo.

A Acauã do Apóstolo do Sertão expressava, na vivência espírita, o Evangelho de Jesus em sua pureza primitiva, sem a influência nefasta dos melindres egoísticos e vaidosos dos irmãos que descuidam da oração e da vigilância da própria consciência.

O pensamento do Precursor Espírita em Sousa era transformar a Fazenda Acauã num verdadeiro pronto-socorro espiritual, onde haveriam de socorrer os doentes do corpo e do espírito, sempre com Jesus.

O envoltório material do humilde servidor foi sepultado no Cemitério Público da cidade de Aparecida - PB e na lápide do túmulo está registrada a inscrição: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.” Allan Kardec.

Dr. Ferreira tornou-se um obstinado na prática do bem, do amor e da caridade. Um facho luminoso a clarear os caminhos do sertão paraibano.

Foto: Dr. Ferreira, em 1948, no Estado de São Paulo.



O Apóstolo do Sertão

No dia 14 de junho de 2008, foi lançado o vídeo - documentário “O Apóstolo do Sertão”.

O Documentário é o segundo trabalho do aparecidense Laércio Ferreira de Oliveira Filho e registra através de depoimentos de familiares, ex-funcionários, populares, irmãos de fé e escritores, a vida do engenheiro José Rodrigues Ferreira Júnior, o Espírita Dr. Ferreira, precursor do Espiritismo em Sousa.

Patrocinado pelo FIC – Fundo de Incentivo a Cultura Augusto dos Anjos do Governo do Estado da Paraíba, O Apóstolo do Sertão foi gravado nas cidades de Aparecida e Sousa na Paraíba e Fortaleza no Ceará e conta com depoimentos da filha D. Mariana Ferreira, das netas Ana Marta e Maria Celi (ambas nascidas na Fazenda Acauã), do escritor Ariano Suassuna, cujo pai foi sócio do Dr. Ferreira na Fazenda Acauã, do Presidente da Comunhão Espírita Cristã "A Casa do Caminho", Walter Sarmento de Sá Filho, além de ex-funcionários, ex-moradores e admiradores do Dr. Ferreira.

A trilha sonora do vídeo é de autoria de Edilberto Abrantes, cantada por Socorro Lira - uma das maiores vozes da música paraibana. A ficha técnica é composta por nomes reconhecidos no audiovisual brasileiro a exemplo de João Carlos Beltrão, que assina a fotografia, e Lúcio César, que assina o som direto e a edição. A produção é de J. França, assessorado por Leonardo Alves, Jocildo Mesquita e Nádia Rejane.

A solenidade de lançamento aconteceu no dia 14 de junho às 20h00 no Fina Flor Clube de Aparecida-PB.

Laércio Filho é historiador, produtor cultural, poeta e teatrólogo e participou de vários projetos culturais em todo o sertão e produziu um vídeo-documentário que percorreu todo o Brasil contando a história das novenas centenárias de São João Batista na Várzea do Cantinho, município de Aparecida – PB, patrocinado pelo Programa Revelando os Brasis.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

OS ESPÍRITAS EM TEMPO DE MUDANÇAS

... Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras. Olhai, não vos turbeis; porque importa que estas coisas aconteçam, mas não é ainda o fim. Mateus, XXIII, 6.

Então sereis sujeitos à tribulação, e vos matarão; e sereis odiados por todas as gentes por causa do meu nome. Mateus, XXIII, 10.

E levantar-se-ão muitos falsos profetas, e seduzirão muitos. E por causa de se multiplicar a iniqüidade, se resfriará a caridade de muitos.
Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo. Mateus, XXIII, 11-13.

Então, se alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo, ou ei-lo acolá, não deis crédito.
Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes milagres e prodígios, de tal modo que até os escolhidos se enganariam. Mateus XXIV, 23-24.


SOBRE AS COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS

A sua publicação tanto pode ser útil, se feita com discernimento, quanto perniciosa, em caso contrário.

No número dessas comunicações algumas há que, por muito boas que sejam, não interessam senão àqueles que as recebem...

Outras
apenas têm interesse nas circunstâncias em que são transmitidas. Sem o conhecimento dos fatos a que se relacionam, surgem insignificantes aos olhos do observador.
...algumas há que são evidentemente nocivas, tanto por sua forma quanto por seu conteúdo e que, sob nomes respeitáveis, logicamente apócrifos, revelam um contexto absurdo ou trivial, o que, naturalmente, se presta ao ridículo e oferece armas à crítica.

Tudo
se torna ainda pior quando, sob o manto desses mesmos nomes, formulam-se sistemas excêntricos ou grosseiras heresias científicas.

Allan Kardec
– Viagem espírita em 1862


A QUEM SE DIRIGE O ESPIRITISMO

A luz penetra sempre na oficina de trabalho, mesmo sob a choupana, à medida em que o sol da inteligência se ergue no horizonte e dardeja seus raios mais intensos.

As idéias espíritas seguem esse movimento. Elas estão no ar e não é dado a ninguém conte-las.

O ponto capital do Espiritismo é o lado moral. Eis o que é preciso, - mesmo à custa de todo e qualquer esforço, - fazer compreensível, e, note-se, que é assim que ele é visto, mesmo nas classes menos esclarecidas. Por esse motivo o seu efeito moralizador já é manifesto.

Allan Kardec
– Viagem espírita em 1862


A mulher sinceramente espírita só poderá ser uma boa esposa, uma boa filha, uma boa mãe.

Se a igualdade dos direitos da mulher deve ser reconhecida, com maior razão deverá ser assegurada entre os espíritas, e a propagação do Espiritismo apressará, infalivelmente, a abolição dos privilégios que o homem a si mesmo concedeu pelo direito do mais forte.

O advento do Espiritismo marcará a era da emancipação legal da mulher.

Allan Kardec
– Viagem espírita em 1862

domingo, 11 de outubro de 2009

JARDINEIRO DO AMOR

O verdadeiro espírita, conhecedor dos princípios sublimes da sua doutrina, é um jardineiro do amor, segundo o poema imortal de Tagore.

Dia a dia, ele trabalha os canteiros do seu coração, da sua sensibilidade e da sua inteligência, removendo a terra, extraindo as ervas daninhas e semeando a boa semente das flores evangélicas.

Não basta acreditar na sobrevivência e participar de sessões ou ouvir palestras. Kardec assinalou que se conhece o verdadeiro espírita pela sua transformação moral. E essa transformação não se verifica sem o trabalho incessante do homem na modelação de si mesmo.

Os Espíritos do Senhor podem auxiliar-nos, mas o trabalho de nossa transformação é principalmente nosso, e deve ser realizado por nós mesmos.

Algumas religiões nos condenam por essa teoria do esforço próprio, alegando a existência da graça. Mas Kardec definiu a graça como a força que Deus concede ao homem de boa-vontade, para que vença as suas imperfeições.

Sabemos que existe a graça. Mas sabemos, também, que devemos nos colocar em condições de merecê-la, e que isso depende de nós mesmos. Trabalhemos, pois, diariamente, o nosso jardim interno, para sermos espíritos perfeitos.

(Herculano Pires/Chico Xavier)*

Colaboração preciosa de Marcos Paterra João Pessoa/PB

sábado, 10 de outubro de 2009

ENTRE A CRUZ E A ESPADA

A civilização tem evoluído culturalmente e avançado nas áreas científicas e espirituais, contudo, vê-se ainda traços de ignorância sobre nosso planeta. Parece que estamos sempre vivendo épocas de transição, havendo sempre opções de rumos a serem tomados. Há pouco mais de dois mil anos, o divino mestre Jesus acenou a todos o caminho que leva a Deus, ou seja, o caminho da paz, do amor, da evolução espiritual, em resumo, o caminho da “salvação”. E deixou um símbolo do mais nobre de todos os gestos da alma humana, o perdão incondicional, pois ali pregado na cruz, ele perdoou a todos que, não compreendendo sua missão, promoveram seu desenlace do corpo físico. Quebrando o maior de todos os direitos, o da vida.


A cruz é, ou deve ser vista como símbolo do amor pelo perdão, não que tenhamos enquanto espíritos imortais feitos com a finalidade de amar, a absoluta necessidade de usar símbolos para atingir este fim. Porém, símbolos nos impressionam por serem imagens que mais facilmente atingem nossos sentidos materiais.

Desde o grande dia no calvário, a humanidade tem vivido sobre sentimentos que podem aqui ser simbolizados por dois símbolos, a cruz e a espada, e nunca como hoje, estivemos tão divididos sobre que símbolo abraçar como bandeira maior da vida.

Aqui se encaixa a grande colocação da linguagem popular, “estamos entre a cruz e a espada”, entre a paz e a guerra, o perdão e o revide, o amor e o ódio, a vida e a morte.

Acreditamos, entretanto, que independente de símbolos materiais, a grande lição de amor exemplificada por Jesus brotará e frutificará em nossos corações.

E adotaremos símbolos visualizados por almas evoluídas, indescritíveis a concepção humana.

Texto e Foto: Washington Marques (Evangelizador Espírita)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

EXPOSITOR ESPÍRITA

PREGAÇÕES

"E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas para que eu ali também pregue; porque para isso vim”. – (Marcos, 1:38).

Neste versículo de Marcos, Jesus declara ter vindo ao mundo para a pregação. Todavia, como a significação do conceito tem sido erroneamente interpretada, é razoável recordar que, com semelhante assertiva, o Mestre incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de sua vida. Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar muito desmoralizada. A ciência oficial dispõe de cátedras, a política possui tribunas, a religião fala de púlpitos. Contudo, os que ensinam, com exceções louváveis, quase sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir. Exibem certas atitudes quando pregam, e adotam outras quando em atividade diária. Dai resulta a perturbação geral, porque os ouvintes se sentem à vontade para mudar a "roupa do caráter". Toda dissertação moldada no bem é útil. Jesus veio ao mundo para isso, pregou a verdade em todos os lugares, fez discursos de renovação, comentou a necessidade do amor para a solução de nossos problemas. No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde a primeira manifestação de seu apostolado sublime até a cruz. Por pregação, portanto, o Mestre entendia igualmente os sacrifícios da vida. Enviando-nos divino ensinamento, nesse sentido, conta-nos o Evangelho que o Mestre vestia uma túnica sem costura na hora suprema do Calvário.

QUE TEMOS COM O CRISTO?

"Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”. – (Marcos, 1:24).

Grande erro supor que o Divino Mestre houvesse terminado o serviço ativo, no Calvário. Jesus continua caminhando em todas as direções do mundo; seu Evangelho redentor vai triunfando, palmo a palmo, no terreno dos corações. Semelhante circunstância deve ser lembrada porque também os Espíritos maléficos tentam repelir o Senhor diariamente. Refere-se o evangelista a entidades perversas que se assenhoreavam do corpo da criatura. Entretanto, essas inteligências infernais prosseguem dominando vastos organismos do mundo. Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado para estabelecer a fraternidade, aparecem com os apelidos de ambição e egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e intolerância sectária. Não somente o corpo da criatura humana padece a obsessão de Espíritos perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais. E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações indagam com pressa: "Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?”.É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico, vestido nas túnicas brilhantes da falsa ciência.

RENUNCIAR

"E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá, cem vezes tanto e herdará a vida eterna”. – Jesus – (Mateus, 19:29).

Neste versículo do Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna. Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar. Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome. À primeira vista, o alvitre divino parece contra-senso. Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los? Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos. Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis. Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou. Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição. Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos. Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas. Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu. Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus. Acaso, não encontras compreensão no lar? os amigos e irmãos são indiferentes e rudes? Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o jubilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.

Extraído do livro "CAMINHO, VERDADE E VIDA". Psicografado por: Francisco Cândido Xavier. Espírito: Emmanuel.

(Foto de José Raimundo de Lima, Presidente da Federação Espírita Paraibana, na A Comunhão Espírita Cristã A Casa do Caminho).